Por: Portal Zango
O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e as tropas ruandesas tomaram mais uma cidade no leste da República Democrática do Congo (RDC), com o governo congolês afirmando que o cessar-fogo declarado foi uma farsa.
O M23 e seus aliados ruandeses conquistaram a cidade mineira de Nyabibwe, na província de Kivu do Sul, a cerca de cem quilômetros da capital, Bukavu, conforme revelaram fontes da segurança e humanitárias.
Segundo as mesmas fontes, o grupo armado antigovernamental iniciou, na madrugada desta quarta-feira, intensos combates contra as Forças Armadas Democrático-Congolesas. Após ter tomado Goma, a capital da província vizinha de Kivu do Norte, na semana passada, com o apoio das forças ruandesas, o M23 decretou unilateralmente um cessar-fogo humanitário que deveria estar em vigor desde terça-feira, 03 de Fevereiro.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que havia relatos de combates intensos no Kivu do Sul, embora não existissem quaisquer informações de que o M23 esteja a se aproximar de Bukavu.
As organizações regionais, os países mediadores como Angola e o Quénia, a ONU, a União Europeia e a comunidade internacional, estão a tentar encontrar uma solução diplomática para esta crise, temendo uma conflagração regional.
Os líderes regionais reúnem -se hoje e no sábado na Tanzânia para discutir o conflito.
O Movimento 23 de Março (em francês: Mouvement du 23 mars), frequentemente abreviado como M23, também é conhecido como Exército Revolucionário Congolês.
É um grupo militar rebelde liderado por tutsis congoleses e apoiado pelo governo do Ruanda. Com sede nas regiões orientais da República Democrática do Congo (RDC), opera principalmente na província de Kivu do Norte, que faz fronteira com Uganda e Ruanda.
A rebelião do M23, de 2012 a 2013, contra o governo da RDC levou ao deslocamento de um grande número de pessoas.
De acordo com um balanço divulgado pelo principal porta-voz da ONU realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros, ao menos 700 pessoas morreram e duas mim e 800 ficaram feridas desde que os confrontos se intensificaram no país.
Refira-se que os rebeldes são apoiados por cerca de quatro mil soldados da vizinha República do Ruanda, segundo especialistas da ONU.