O relatório emitido pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU(ACNUDH) sobre o Sudão reporta que os ataques contínuos e deliberados contra civis e bens civis, bem como execuções sumárias, violência sexual e outras violações e abusos, ressaltam o fracasso total de ambas as partes em respeitar as regras e os princípios do direito internacional humanitário e dos direitos humanos.
Em uma declaração o Porta-voz da ACNUDH, Thameen Al-Kheetan, avançou que “A impunidade arraigada está alimentando graves violações e abusos dos direitos humanos no Sudão, à medida que os combates se espalham para mais partes do país e envolvem mais atores armados”.
O relatório consta ainda que estão a ser registados ataques a áreas densamente povoadas, bem como a campos de deslocados internos, instalações de saúde, mercados e escolas.
Al-Kheetan disse: “Os ataques contínuos e deliberados a civis e objectos civis, bem como execuções sumárias, violência sexual e outras violações e abusos, ressaltam a falha total de ambas as partes em respeitar as regras e princípios do direito internacional humanitário e dos direitos humanos. Alguns desses actos podem equivaler a crimes de guerra. Eles devem ser investigados prontamente e de forma independente, com vistas a levar os responsáveis à justiça.”
O porta-voz avançou ainda que “Também há necessidade de mais investigações para estabelecer-se outros crimes internacionais graves, incluindo crimes de atrocidade, foram cometidos. “A comunidade internacional deve expandir o embargo de armas e a jurisdição do Tribunal Penal Internacional, que actualmente cobre a região de Darfur, para cobrir todo o Sudão”, acrescentou Al-Kheetan.
Desde Abril de 2023, uma violenta guerra civil atinge o Sudão do Sul em uma disputa por poder e territórios entre as forças armadas sudanesas e o grupo paramilitar conhecido como Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês). Desde o início dessa nova fase do conflito, mais de dez milhões de pessoas foram desalojadas e cerca de 70 por cento da população está em situação de fome.