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Dikulo Entre Irmãos

Coluna de Elisângela Chissamba

A relação entre irmãos é uma das mais complexas e, ao mesmo tempo, uma das mais ricas que podemos cultivar ao longo da vida. Quem nunca lutou ou discutiu com os irmãos, os primos ou até com os amigos durante a infância — até mesmo como adultos (risos)? As disputas, as diferenças de opinião e até os momentos de rivalidade fazem parte do processo de crescimento.

Para os pais, lidar com essas “guerras” e, ao mesmo tempo, garantir que a convivência familiar seja harmoniosa é um grande desafio. Mas o facto é que esses episódios não precisam de ser vistos apenas como um problema, mas também como uma oportunidade para as crianças aprenderem e desenvolverem habilidades importantes, como a resolução de conflitos, a empatia e a colaboração.

É natural que, ao longo da infância, os irmãos se desentendam. Engana-se quem pensa que vai haver paz se tiverem uma grande diferença de idades. As disputas podem acontecer por várias razões: o desejo de atenção dos pais, o ciúme, a necessidade de afirmar o espaço de cada um.

No entanto, quando os pais percebem que esses “dículos” se estão a tornar recorrentes ou intensos, é importante intervir de maneira justa e equilibrada, de forma a promover não apenas o fim das discussões, mas também fazer com que tenham uma convivência pacífica.

É importante que os pais incentivem a comunicação aberta e sincera entre os irmãos. Criar um ambiente onde todos se sintam seguros para expressar as suas emoções, sem medo de punições ou críticas, é necessário para o desenvolvimento de uma relação de confiança. Se, por exemplo, um irmão se sente incomodado por algo que o outro fez, é fundamental que ele tenha a oportunidade de falar sobre isso — e que o outro irmão também seja ouvido.

Além disso, os pais podem reforçar que não se trata de quem está certo ou errado, mas de como é possível encontrar uma solução que beneficie a todos, sem ferir os sentimentos de ninguém.

Quando os pais buscam promover um ambiente de colaboração entre os filhos, uma boa estratégia é criar oportunidades para que eles possam trabalhar juntos, partilhar momentos e experiências. Incentivar actividades em que os irmãos precisem de colaborar, como formar equipas em jogos ou em tarefas simples de casa, ajuda a estreitar os laços e a promover o espírito de parceria.

Nesse sentido, os pais podem também reforçar a importância do respeito mútuo, explicar que cada um tem o direito de ser ouvido e de expressar os seus sentimentos de forma respeitosa.

É claro que, em algumas situações, as disputas podem ultrapassar o limite e tornar-se mais intensas, e aí entra a necessidade da intervenção dos pais. No entanto, é importante que essa intervenção não favoreça um filho em detrimento do outro. Muitos pais, sem perceberem, acabam por tomar partido ou tratar um filho de forma diferente do outro, o que pode gerar sentimentos de injustiça e ciúmes excessivos entre os irmãos.

Para evitar o favoritismo, os pais devem adoptar uma postura neutra, ouvir as versões de ambos os lados e ajudá-los a encontrar uma solução. A ideia não é resolver o conflito de forma impositiva, mas incentivar os filhos a entenderem as necessidades e os sentimentos dos outros, levando-os a buscar uma solução conjunta.

Esse processo de resolução de conflitos é uma habilidade que, quando trabalhada desde a infância, será muito útil para o resto da vida.

Incorporar a compreensão da energia das cores no quotidiano familiar pode proporcionar uma convivência mais harmoniosa, onde cada criança é vista como única, mas também na sua interdependência com os outros. Cada ser humano possui uma energia única, que pode ser representada simbolicamente pelas cores.

As cores podem ajudar-nos a identificar traços de personalidade/comportamento e, ao mesmo tempo, a compreender melhor as reacções emocionais dos outros. Ao compreender a própria energia e a dos outros, os filhos podem aprender a lidar com os conflitos de uma maneira mais assertiva.

Por exemplo, crianças que têm a energia vermelha predominante podem ser mais impulsivas, directas e até competitivas, o que pode gerar mais brigas com irmãos que possuem uma energia azul, mais introspectiva e calma. Ao perceber essas diferenças, os pais podem ajudar as crianças a entenderem que as reacções de cada um não são pessoais, mas sim reflexo da sua personalidade e energia.

Para as crianças com a energia verde predominante, que tendem a ser mais sensíveis e preocupadas com o bem-estar dos outros, é importante que os pais as incentivem a comunicar as suas necessidades de maneira clara e firme, sem se sentirem culpadas.

Já para as crianças com uma energia mais amarela, que são mais extrovertidas e comunicativas, pode ser útil ensiná-las a respeitar o espaço do outro e a ouvir sem interromper.

Ao perceber as diferenças de energia e ajudar as crianças a lidarem com isso, os pais podem evitar que os conflitos se intensifiquem e, assim, promovem uma convivência mais pacífica e respeitosa.

Entender sobre isso não só ajuda a resolver disputas momentâneas, mas também fortalece os laços entre os irmãos, criando um ambiente mais colaborativo e harmonioso.

É natural que as brigas entre irmãos continuem a acontecer, pois faz parte do processo de construção de uma convivência saudável. Mas o mais importante é que os pais saibam que, ao lidar com esses conflitos, não estão apenas a resolver um problema momentâneo — estão a ensinar lições vitais de respeito, colaboração e empatia.

Educar é fazer Angola avançar
Elisângela Chissamba

Escrito Por
Redação Portal Zango
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