Num espectáculo inédito que mais pareceu saído de um filme de ficção científica, a cidade de Hangzhou acolheu, no passado domingo, a primeira competição de boxe entre robôs humanoides do mundo.
O evento integrou a Série de Competições Mundiais de Robôs, promovida pelo China Media Group (CMG), e contou com os robôs G1, de tecnologia avançada, desenvolvidos pela empresa de robótica Unitree, sediada na própria cidade.
Estes robôs apresentaram uma impressionante amplitude de movimentos e demonstraram capacidades de combate que incluíram socos directos, ganchos e pontapés, tudo com uma precisão notável. Os operadores humanos controlaram os robôs a partir do ringue, através de comandos de voz e controlos remotos, o que permitiu uma colaboração eficaz em tempo real entre homem e máquina.
Ao contrário da primeira meia maratona de robôs humanoides, realizada em Pequim no mês de Abril,com enfoque na resistência e na velocidade, esta competição exigiu dos robôs maior agilidade e equilíbrio para enfrentar os desafios físicos colocados em combate.
Antes do torneio, os G1 passaram por testes rigorosos, como resistência a impactos e sistemas de arrefecimento reforçados, a fim de assegurar a execução de movimentos complexos sob condições adversas. Durante o combate, o robô executa movimentos agressivos enquanto enfrenta ataques poderosos do adversário.
Apesar de o evento ter evidenciado as capacidades físicas e a adaptabilidade dos robôs humanoides, especialistas salientaram que o verdadeiro potencial destas máquinas só se revelará quando aplicadas em cenários do quotidiano.
Algumas capacidades dos robôs já superaram as expectativas. No entanto, persistem limitações para se atingir todo o seu potencial e gerar valor real. Ainda existe uma lacuna entre o que os robôs conseguem fazer e o que as pessoas realmente necessitam.
O próximo grande avanço poderá surgir nas áreas da destreza, do feedback táctil e das competências de manipulação”, afirmou Li Gaofeng, investigador da Faculdade de Ciências e Engenharia de Controlo da Universidade de Zhejiang.
Com este evento pioneiro, a robótica mundial dá mais um passo rumo a um futuro em que robôs não só imitam o corpo humano, como também enfrentam desafios físicos cada vez mais exigentes aproximando-se, assim, de um verdadeiro papel funcional na sociedade.