O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou profundamente, na passada terça-feira, 22 de Julho, a decisão dos Estados Unidos da América de se retirarem da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), mas garantiu que tal medida não comprometerá a missão nem o trabalho contínuo da instituição.
“A decisão dos Estados Unidos de se retirarem, mais uma vez, da UNESCO é profundamente lamentável”, afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, durante a conferência de imprensa diária, em Nova Iorque.
Guterres expressou ainda o seu total apoio à directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, subscrevendo o comunicado emitido pela sede da organização, em Paris, onde se realça que a UNESCO “duplicou os seus esforços para actuar onde a missão do organismo possa contribuir para a paz”.
O secretário-geral reafirmou o compromisso das Nações Unidas com os valores e objectivos da UNESCO, sublinhando que a organização continuará a desempenhar um papel essencial na promoção da educação, da cultura, da ciência e da cooperação internacional.
A decisão norte-americana, cujos motivos não foram detalhados publicamente até ao momento, reacende tensões diplomáticas e coloca em causa projectos conjuntos que vinham sendo retomados após o regresso dos EUA à organização em 2023, após um hiato de cinco anos.
A primeira saída ocorreu em 1984, durante a administração de Ronald Reagan, e a segunda em 2017, sob o mandato de Donald Trump, alegando um suposto viés anti-israelita por parte da organização.
A UNESCO, criada em 1945, é uma das agências especializadas mais emblemáticas do sistema das Nações Unidas, sendo responsável por coordenar esforços globais nas áreas da educação, ciência, cultura e comunicação, bem como pela protecção do património cultural mundial.