O escritor e jornalista angolano, José Mena Abrantes lançou recentemente a sua mais recente obra intitulada Genocídio em Gaza, uma colectânea poética que reflecte o sofrimento do povo palestiniano e denuncia, em tom lírico e crítico, a violência e destruição provocadas pelo conflito na Faixa de Gaza.
O acto de lançamento teve lugar em Luanda, numa cerimónia que reuniu diversas figuras da sociedade civil, académicos, escritores e amantes da literatura. A obra, publicada pela editora Chá de Caxinde, surge como um grito de protesto e um apelo à consciência colectiva internacional face ao que o autor considera ser “um dos maiores crimes contra a humanidade do nosso tempo”.
José Mena Abrantes, conhecido pela sua escrita marcada pelo engajamento político e humanista, recorre à poesia como instrumento de denúncia e solidariedade.
Ao longo das páginas de “Genocídio em Gaza”, o autor constrói uma narrativa intensa, por vezes dolorosa, que mistura imagens de destruição, resistência e esperança. As metáforas e referências históricas convocam o leitor a uma reflexão profunda sobre a condição humana em cenários de guerra.

Em declarações à imprensa durante o lançamento, Mena Abrantes afirmou que “a poesia tem o dever de não se calar diante da injustiça” e acrescentou que a sua inspiração para esta obra resultou de “um sentimento de impotência perante a tragédia, mas também da urgência de dar voz à dor de um povo esquecido”.
O autor sublinhou ainda que a sua escrita procura contribuir para o debate sobre os direitos humanos e a responsabilidade da comunidade internacional na promoção da paz.
A escolha do título Genocídio em Gaza não é acidental. Mena Abrantes alinha-se com as vozes internacionais que acusam Israel de práticas que configuram crimes de guerra, tal como têm sido apontadas por diversas organizações de direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch, a Amnistia Internacional e, mais recentemente, por peritos das Nações Unidas.
Segundo relatórios da ONU, o número de civis mortos, incluindo crianças, e a destruição massiva de infra-estruturas essenciais em Gaza levantam sérias preocupações sobre a proporcionalidade e legalidade das operações militares israelitas.
A obra foi recebida com forte impacto no meio literário e cultural, sendo já considerada um contributo importante para a literatura de intervenção em língua portuguesa. O lançamento de Genocídio em Gaza reforça o papel da arte enquanto forma de resistência e ferramenta de consciencialização perante os grandes dramas contemporâneos.
José Mena Abrantes, natural de Malanje, é uma das figuras mais influentes da cena cultural angolana. Com uma vasta trajectória como jornalista, dramaturgo, poeta e consultor político, o autor tem-se destacado pela sua escrita comprometida com as causas sociais, políticas e históricas. Esta nova obra vem somar-se a um percurso literário que cruza memória, identidade e justiça.
Genocídio em Gaza já se encontra disponível nas principais livrarias do país e poderá, segundo fontes próximas da editora, ser apresentado em outras províncias angolanas, bem como em eventos internacionais de literatura de expressão portuguesa.