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Governo Timorense Liberta Mosquitos com Bactéria Especial para Combater a Dengue

O Governo timorense, com o apoio da Menzies School of Health Research, escola de investigação em saúde da Austrália, deu início ao lançamento de mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia, uma estratégia inovadora para reduzir o número de casos de dengue na capital Díli.

Os mosquitos portadores de Wolbachia irão reproduzir-se com os mosquitos locais, criando uma população de insetos naturalmente incapazes de transmitir dengue, chikungunya e zika.

O método faz parte do World Mosquito Program Wolbachia (WMP) e será implementado inicialmente no município de Díli, especialmente nos postos administrativos de Dom Aleixo, Vera Cruz, Nain Feto e Cristo Rei, zonas que registam o maior número de casos da doença.

A primeira libertação, realizada no Largo de Lecidere, contou com mais de dois mil mosquitos introduzidos através de cápsulas especiais. A partir de 11 de Agosto, está prevista a libertação alargada de até oito mil mosquitos, abrangendo 24 sucos considerados de maior risco.

Segundo o Ministério da Saúde, o processo será faseado: os ovos com Wolbachia serão libertados 20 vezes, em intervalos de cinco dias. Após esta fase, haverá um período de seis meses de monitorização para avaliar o impacto do programa.

Dados oficiais indicam que Timor-Leste registou, desde 2022, um aumento acentuado de casos de dengue, com mais de cinco mil 600 infecções e 58 mortes nesse ano. Entre Janeiro e Julho de 2025, foram reportados 909 casos e sete mortes em todo o país.

Só Díli contabilizou 538 casos neste período, seguido por Liquiçá (207), Bobonaro (67), Ermera (32), Baucau (26), Oé-Cusse (20), entre outros municípios com números menores.

A medida já foi aplicada com sucesso em países como a Indonésia e a Austrália, onde mostrou reduções significativas nos casos de dengue. Globalmente, o método protege actualmente cerca de 13 milhões de pessoas.

A abordagem Wolbachia consiste em introduzir esta bactéria natural nos mosquitos Aedes aegypti. A Wolbachia interfere com a capacidade do inseto de transmitir vírus, sendo uma solução segura e sustentável, compatível com outras medidas de controlo como fumigações, vacinas e eliminação de criadouros.

Estudos internacionais indicam que a bactéria pode permanecer nas populações de mosquitos por mais de uma década.

Além da vertente científica, o projecto inclui uma forte componente de sensibilização comunitária, com sessões informativas para líderes locais, escolas, universidades, profissionais de saúde e forças de segurança.

As autoridades timorenses acreditam que, com o envolvimento activo da população e a adopção desta tecnologia inovadora, será possível reduzir drasticamente o impacto da dengue no país nos próximos anos.

Escrito Por
Redação Portal Zango
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