A antiga Primeira-Dama sul-coreana, Kim Keon-hee, foi detida preventivamente esta semana por suspeitas de fraude, corrupção e violação das leis eleitorais, num dos casos mais emblemáticos da nova etapa política do país.
Kim, de 52 anos e esposa do ex-Presidente Yoon Suk-yeol, enfrenta um conjunto de acusações graves: manipulação do valor das ações de uma empresa de automóvel entre 2009 e 2012, aceitação de presentes de luxo — incluindo malas da marca Chanel, jóias e um pendente Van Cleef & Arpels — como suborno, e interferência no processo de nomeação de candidatos do Partido do Poder Popular (PPP). O grupo
A prisão preventiva aconteceu horas depois de um tribunal proferir um mandado de detenção com base no risco de destruição de provas. Segundo os procuradores, as suspeitas envolvem também financiamento político ilegal e esquema de manipulação da bolsa, o que pode implicar vários anos de prisão.

Esta é a primeira vez na história democrática da Coreia do Sul que ambos os elementos de um casal presidencial são detidos simultaneamente: o ex-Presidente Yoon, já impugnado e suspenso em Abril, está detido há vários meses, acusado de insurreição por tentar impor lei marcial em Dezembro de 2024.
Kim Keon-hee foi encaminhada para o Centro de Detenção de Nambu, em Seul, onde permanece em confinamento solitário. Ocupa uma cela minimalista, com um colchão no chão e uma pequena mesa, e está sujeita a uma rotina restrita, embora receba tratamento semelhante aos demais reclusos.
Durante o inquérito, que durou mais de sete horas, apresentou desculpas e prometeu cooperar, mas também expressou descontentamento com a investigação dos aspectos da sua vida anterior ao casamento.
O historial de Kim inclui ainda a revogação dos seus diplomas académico — mestrado e doutoramento — devido a casos comprovados de plágio. A nomeação de um procurador especial em Março de 2025 destinou-se precisamente a investigar o seu envolvimento em vários destes casos.
Este escândalo marca o desmoronar de uma figura que outrora foi vista como influente nos bastidores do governo. A transição do luxo de Seul para a solitária de Nambu é hoje símbolo da viragem radical do seu percurso público.