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Protestos no Nepal Provocam 19 Mortos e mais de Cem Feridos

O Nepal vem sendo palco de uma onda de violência sem precedentes que deixou ao menos 25 mortos e mais de cem feridos desde segunda-feira (08/09), após o início de protestos em massa contra a corrupção e um bloqueio de redes sociais imposto pelo governo.

O caos subsequente resultou em ataques físicos contra políticos e incêndios em prédios e residências oficiais, forçando a renúncia do primeiro-ministro do país, Khadga Prasad Oli.

O governo do país bloqueou as plataformas digitais na semana passada, irritando os usuários. As autoridades afirmaram que as redes sociais se recusaram a se registrar de acordo com a lei nepalesa, que exige que plataformas estrangeiras estabeleçam representação local e um director de compliance. Apenas algumas, incluindo TikTok e Viber, cumpriram a exigência até o momento.

As autoridades justificaram a medida dizendo que ela era necessária para garantir a responsabilidade e evitar abusos online, insistindo, ao mesmo tempo, respeitar a liberdade de expressão, mas afirmando, por outro lado, querer que as plataformas sejam “responsáveis e bem administradas”.

O governo acusou as plataformas de não colaborar com a Justiça do país para combater uma onda de abusos online, em que usuários de redes sociais com identidades falsas espalham discurso de ódio, notícias falsas, cometem fraudes e outros crimes.

A decisão de banir as plataformas por falta de registo legal gerou uma forte reação, especialmente entre os jovens, que representam quase metade da população. Os manifestantes, na sua maioria jovens, invadiram e incendiaram o Parlamento e a sede do maior partido do país.

A resposta popular foi imediata: vídeos no TikTok, uma das únicas redes não bloqueadas, mostravam a disparidade entre a elite política e a população comum, inflamando ainda mais os ânimos. Com o agravamento da crise e a pressão popular, quatro ministros renunciaram aos cargos.

A violência expôs o descontentamento com a corrupção, a instabilidade política e o elevado desemprego, factores que vinham minando a confiança na liderança de Oli, agora afastado. Em resposta, o governo recuou e suspendeu a proibição das redes sociais, reconhecendo o erro ao tentar silenciar uma geração hiperconectada.

Os protestos foram promovidos pelo movimento autodenominado “Geração Z” (nascidos entre 1997 e 2012) contra a corrupção e o veto das redes sociais.

A maioria dos manifestantes tem idades entre os 18 e os 30 anos, muitos saíram às ruas vestidos com uniformes escolares ou universitários.

O Nepal enfrenta uma situação econômica difícil, com um PIB per capita de apenas mil e 447 dólares e desemprego próximo a dez por cento, segundo o Banco Mundial. A insatisfação com a corrupção e a falta de oportunidades econômicas foram factores que contribuíram para a crise.

Após a pressão popular, Oli convocou uma reunião com todos os partidos políticos, defendendo um diálogo pacífico. No entanto, ele acabou renunciando, afirmando que sua saída poderia facilitar a solução do problema no país.

Após a renúncia, jovens celebraram no complexo do Parlamento, gritando palavras de ordem e escrevendo “Nós vencemos” nas paredes do prédio, demonstrando a satisfação com a saída do primeiro-ministro.

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