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Artistas Mostram Criatividade Inspirada em Meio Ambiente

Artistas de todo o mundo têm vindo a mostrar uma criatividade profundamente marcada pelo meio ambiente, usando diferentes meios, técnicas e mensagens para sensibilizar, interrogar, e propor transformações.

Essas abordagens, muitas vezes apoiadas por organismos oficiais, ajudam a estimular novos diálogos entre cultura, ecologia e sociedade.Um exemplo é o projeto “SOILSCAPE”, coordenado por AFES em parceria com entidades científicas, culturais e educativas, que visa cultivar uma literacia sobre o solo através das indústrias culturais e criativas.

O objectivo inclui mobilizar artistas, escolas e organizações civis para promover consciência sobre o papel do solo nos ecossistemas, organizando festivais, ações educativas e divulgação artística. Outra iniciativa de relevo promovida pela UNESCO é a exposição “Resilience: Artistic Solutions for Human, Ocean and Biodiversity Challenges”, apresentada na Art Basel Paris em Outubro de 2024.

A mostra procura, através da união entre arte e ciência, refletir sobre a relação humana com o ambiente, a biodiversidade e o oceano, e convidar criadores a pensar soluções estéticas que sejam também formas de ativismo ou de sensibilização ambiental.

Em Portugal, a Algarve Artists Network promoveu, no Museu de Portimão, a exposição “Planeta Azul”, que combina pintura e escultura para abordar a beleza da natureza e, simultaneamente, alertar para a fragilidade da água como recurso ambiental.

A exposição utiliza cores que evocam o oceano e zonas húmidas para fazer sofrer ao público uma simultaneidade de encantamento e preocupação. Ainda em solo português, no MAR – Museu da Água e Resíduos – estreou-se a exposição “Linha d’Água”, de Miguel Palma, cujo trabalho alia tecnologia e meio ambiente, refletindo sobre as águas e resíduos, relacionando a arte contemporânea com os desafios ecológicos ligados ao uso e reutilização desses elementos.

A artista Vanessa Barragão também ilustra esta tendência: utiliza predominantemente desperdícios têxteis nas suas tapeçarias, tapetes e peças decorativas de parede, inspirando-se em motivos marítimos para alertar para os problemas climáticos e para a urgência da defesa do ambiente.

A sua prática compromete-se com sustentabilidade através da reutilização criativa e de uma estética que evoca o mar. A partir destas iniciativas observa-se que os artistas não usam apenas o ambiente como tema ou paisagem, mas muitas vezes incorporam materiais reciclados ou degradados, exploram interseções entre arte e ciência, estimulam percepções sensoriais do natural, e procuram mobilizar emocionalmente o público, para além do visual, para pensar a sua própria relação com o planeta.

Estes projectos oficiais e semi-oficiais demonstram que a arte ecológica ganhou relevância crescente, não apenas como expressão estética, mas como veículo de educação, de advocacia ambiental e de proposta de novos modelos de relação entre humanos e natureza.

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