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Ecoturismo: Uma Realidade Adormecida em Angola

O misto entre os ricos parques nacionais, as infindáveis reservas naturais e deslumbrante costa angolanas, possuem todos os ingredientes para se tornar num apetecível palco para o ecoturismo. Os Parques Nacionais e as florestas são verdadeiras demonstrações de áreas que podiam atrair turistas que, em busca de experiências autênticas e sustentáveis, decerto, se entrelaçariam pelos “encantantes” recantos nacionais. Infelizmente, a falta de infra-estruturas, investimento e promoção adequada têm mantido o ecoturismo à margem desse desenvolvimento.

Avaliava a necessidade de atenção a essa área, como sendo urgente. Num momento em que o mundo dá cada vez mais atenção à práticas sustentáveis e responsáveis, o ecoturismo apresenta-se como uma alternativa viável e vantajosa. Primeiro, ele oferece uma forma de diversificar a economia, que actualmente é maioritariamente dependente do petróleo. Ao desenvolver o ecoturismo, Angola pode criar novas oportunidades de emprego, especialmente nas regiões rurais, o que contribuia para o desenvolvimento local e redução da migração para áreas urbanas, que afinal, é necessária.

Não precisamos da ciência ou especialização alguma para, enquanto viajamos pela nossa imensa Angola, especialmente de carro, como aprecio fazer, perceber que, diante das vastas paisagens intocadas e da diversidade biológica impressionante, o país guarda um tesouro inexplorado: o ecoturismo. Com todo o potencial natural imenso, o país podia se destacar como um destino de referência para os amantes da natureza e aventureiros do mundo inteiro. Entretanto, essa realidade permanece adormecida, “no aguardo” de um despertar que, até trará benefícios económicos, sociais e ambientais extraordinários.

Além disso, o ecoturismo promove a conservação ambiental. A valorização dos recursos naturais e a construção da consciência certa sobre a importância da preservação são de todo importantes para garantir a sustentabilidade das áreas protegidas. No que respeita à gestão e fomento destas actividades turísticas,  é possível garantir que as comunidades que circunvizinham estas zonas, se beneficiem directamente da conservação dos ecossistemas, sob um virtuoso ciclo de protecção ambiental e desenvolvimento económico.

Outro ponto chave seria a educação e a sensibilização ambiental. O ecoturismo tem o poder de transformar visitantes em embaixadores da conservação, que ao vivenciarem a beleza e a fragilidade dos ecossistemas, de formas a tornarem-se mais conscientes e envolvidos na luta pela protecção ambiental, em Angola ou além fronteiras.

Contudo, para que o ecoturismo seja uma realidade palpável, o país precisa de envidar esforços coordenados entre governo, sector privado e comunidades locais. Investimentos em infra-estrutura, como estradas, alojamentos sustentáveis e serviços turísticos, são essenciais. De resto, a capacitação de guias e operadores turísticos, e a criação de políticas de incentivo ao turismo sustentável, são passos subsequentes.

A promoção internacional é outro factor decisivo. Angola precisa se posicionar no mapa do ecoturismo global, que nada mais seria do que iniciar-se na participação de feiras, eventos e campanhas de marketing que destaquem as belezas naturais e a singularidade de suas ofertas turísticas. Parcerias com organizações internacionais e ONGs podem ajudar a atrair atenção e recursos para desenvolver essa área.

Costumo divagar que, o ecoturismo deve nessa altura ser apresentado como uma oportunidade única para Angola: um caminho para diversificar a economia, promover a conservação ambiental e melhorar a qualidade de vida da comunidade. Despertar essa realidade adormecida requer visão, compromisso e acção conjunta. Se bem explorado, o ecoturismo pode transformar Angola num destino de referência e excelência, e ainda contribuir para um futuro mais sustentável e próspero para todos.

Por: MONA KISOLA DYA NZAMBI

Escrito Por
Eurico
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