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Marcha Histórica em Moçambique, Rumo à Libertação

Por: Redação Portal Zango

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou a uma greve geral de uma semana em Moçambique, a partir desta quinta-feira, com manifestações nas sedes distritais da Comissão Nacional de Eleições.

Para este dia, Mondlane anunciou um protesto na capital moçambicana, com uma participação em massa nunca antes vista.

“Façam a caminhada pela liberdade, façam a caminhada pela libertação da vossa nação”, apelou o político durante uma intervenção em direto na sua conta oficial na rede social Facebook.

“Vamos encher toda a cidade de Maputo e prevejo quatro milhões de moçambicanos”, acrescentou Mondlane. “Não haverá blindados nem balas suficientes para nos deterem.”

“Desta vez é algo para doer, temos de nos sacrificar pelo nosso país”, exortou Mondlane.

O candidato avançou igualmente que estará hoje com “o seu povo rumo a Maputo, com o objetivo de vergar o Governo e repor a verdade eleitoral”.

Por sua vez, Mondlane afirmou que não tem medo de ser abatido, reiterando que vale a pena lutar pelos seus valores.

Depois de Venâncio Mondlane, candidato presidencial, ter convocado uma marcha em protesto contra os resultados eleitorais, a Ordem dos Advogados teme um cenário de violência na manifestação marcada para hoje (quinta-feira).

O ponto mais alto da chamada terceira fase de protesto:

O bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Carlos Martins, destacou que as respostas violentas da polícia às manifestações desde o dia 21 de outubro são um prenúncio do que poderá acontecer hoje.

De acordo com o bastonário da OAM, Carlos Martins, os níveis de violência policial exacerbada e desproporcional observados nas últimas manifestações apontam para um possível cenário de confrontos.

A Ordem dos Advogados constatou cerca de 2.700 detenções arbitrárias em todo o país durante os protestos recentes.

Carlos Martins sublinhou que o diálogo é a única via para solucionar a crise atual.

Ainda no âmbito das manifestações, mais de 100 pessoas foram alvejadas pela polícia, durante os protestos convocados para contestar os resultados das eleições gerais de 9 de outubro. Dezasseis pessoas não resistiram e acabaram por falecer.

Apesar de quarta-feira ter sido marcada como o “dia D”, o dia anterior foi assinalado por confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes.

O chefe do posto fronteiriço de Ressano Garcia, Ezaldo Chachauio, relatou que o incidente foi desencadeado após um tiro que atingiu um manifestante.

“Isto aconteceu porque eles estavam a forçar a entrada nas instalações da Migração, na fronteira do lado moçambicano.”

Face à situação, a fronteira de Ressano Garcia, a mais importante ligação entre Moçambique e a África do Sul, foi forçada a fechar.

Neste momento, a fronteira está encerrada.

A polícia sul-africana relatou ter disparado balas de borracha contra um grupo de manifestantes moçambicanos no posto fronteiriço de Lebombo, entre Komatipoort e Ressano Garcia, que foi encerrado por motivos de segurança.

Moçambique enfrenta um período de manifestações e consternação pós-eleitorais desde as eleições de 9 de outubro do corrente ano.

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Redação Portal Zango
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