Por: Redação Portal Zango
O Ministério da Saúde alertou, esta quarta-feira (6), a população para não consumir mandioca, bombó, ginguba, batata-doce e batata-rena cruas, após terem sido diagnosticados dois casos de intoxicação que resultaram em duas mortes.
Após a ocorrência de dois óbitos com sintomas semelhantes aos da doença de konzo, Domingos Cristóvão, especialista em saúde pública, destacou que os produtos agrícolas são frequentemente atacados por pragas.
O alerta sublinha a importância de evitar o consumo de alimentos crus, como mandioca, ginguba, batata-doce, batata-rena e bombó, que podem estar associados ao surgimento desta patologia.
A doença de konzo é uma condição irreversível do sistema nervoso que afeta os neurónios motores superiores, manifestando-se frequentemente como paraplegia ou tetraplegia espástica, e é causada pela exposição ao cianeto.
Esta condição é característica de determinadas regiões de África, estando associada ao consumo inadequado de mandioca, uma raiz que, quando mal processada, retém compostos cianogénicos.
Num comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde, embora sem a indicação exata da data e local dos óbitos, a instituição alerta para os riscos da intoxicação, que afeta diretamente os neurónios do trato corticoespinhal, responsáveis pela força muscular.
Sintomas:
Os sintomas típicos de intoxicação incluem dores abdominais, vómitos, cefaleia intensa, vertigens, dificuldades na fala e problemas de locomoção.
Para mitigar estes riscos, o MINSA aconselha a população a evitar o consumo de alimentos crus e a tomar cuidado com as medidas recomendadas.
O Ministério destaca que a mandioca deve ser fervida em água a ebulição por pelo menos 50 minutos antes de ser consumida. Já a crueira (ou bombó) destinada à produção de farinha de mandioca deve passar por pelo menos três lavagens antes de ser seca.
Entretanto, a água utilizada na preparação da mandioca para crueira não deve ser reaproveitada na produção de kissângua ou quimbombo para consumo, devendo ser descartada de forma segura.
O comunicado reforça igualmente a importância de higienizar todas as hortaliças com água fervida ou água tratada com cinco gotas de lixívia por litro, além de realçar a necessidade de lavar as mãos com água e sabão antes de preparar ou ingerir alimentos.
O Ministério da Saúde aconselhou igualmente a ter cuidados redobrados com as crianças.
O MINSA também chama a atenção para o maior risco de intoxicação alimentar em crianças, que são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos dos compostos tóxicos.
Reafirmando o seu compromisso com a saúde e segurança alimentar, o MINSA compromete-se a continuar a informar a sociedade sobre novos avanços na investigação em curso.
O Ministério apela à calma e serenidade da população e reforça o seu empenho em eliminar os causadores da patologia.