Redação Portal ZangoPor: Redação Portal Zango
A exposição da Oficina Criativa, organizada pela International Trade Show, foi inaugurada na segunda-feira, dia 26, no Museu da Moeda, em Luanda. O evento tem como objetivo promover a expressão artística, com um foco especial na educação, inovação e empreendedorismo. A mostra estará em exibição até 3 de janeiro de 2025, e serve como uma plataforma de intercâmbio entre artistas e agentes angolanos, com o intuito de proporcionar benefícios mútuos. A iniciativa foi concebida para apresentar no mercado internacional propostas que ofereçam peças de qualidade.
Mais de quinze criadores mostraram a riqueza artística e o valor cultural do país, apresentando peças de artesanato e moda que se destacaram pela criatividade, originalidade e autenticidade, proporcionando um momento inesquecível para os visitantes.
A inauguração contou com a presença da Embaixadora de França, Sophia Aubert, do Embaixador da Itália, Marcos Virani, e de várias outras personalidades.
Na ocasião, a coordenadora do projeto, Cláudia Miteller, afirmou que a iniciativa visa promover uma maior divulgação dos produtos nacionais, especialmente o artesanato, e atrair a atenção dos empresários, tanto nacionais quanto internacionais. “Precisamos valorizar mais os artesãos. Os criadores nacionais devem visitar esta exposição, pois irão perceber que os produtos apresentados têm muita qualidade e podem conquistar mercados tanto nacionais quantointernacionais”, afirmou.
Cláudia Miteller também revelou que a concretização do projeto contou com o apoio das embaixadas de França e Itália. Explicou ainda que a ideia por trás da AO Criativa é servir como uma ferramenta para artesãos e designers, para que possam colaborar e atender às exigências do mercado.
“O país tem excelentes artesãos, mas é necessário um maior investimento, para que consigam atender às expectativas do mercado. Juntos com os designers, podem formar parcerias produtivas”, explicou.
A Embaixadora de França, Sophia Aubert, destacou que a iniciativa da AO Criativa visa valorizar a criatividade e o talento dos participantes, reforçando as ambições das artes no país e projetando Angola e seus criadores para o cenário internacional.
“No entanto, é necessário um trabalho árduo para aumentar a visibilidade dos artistas angolanos no exterior. Precisamos apresentar uma imagem de qualidade, profundidade e cultura”, afirmou. “Por isso, decidimos apoiar esta iniciativa da International Trade Show e continuar a investir num futuro melhor para as artes em Angola, especialmente nas indústrias criativas, como a moda e o design”, acrescentou.
A artista Engrácia dos Santos partilhou que a arte sempre foi uma paixão sua, e que, durante a pandemia da COVID-19, encontrou uma nova forma de expressão. “Fui guiada pela necessidade de reinvenção e foi assim que os jornais de Angola se transformaram em material reciclado e sagrado”, contou. Com simples folhas de jornal, ela cria acessórios que contam histórias e transmitem memórias, e em cada peça produzida, reflete a sua resiliência, transformação e criatividade.
A artista plástica Liana Raimundo mencionou que, embora tenha uma forte inclinação para a pintura, decidiu trazer algo novo para a exposição, destacando-se ao tingir tecidos para a produção de peças de vestuário.
Wilson Correia, por sua vez, afirmou que participar da exposição foi um grande desafio, mas também uma experiência enriquecedora, pois está habituado a trabalhar em tela com pregos e linhas, e foi desafiado a levar sua arte para o universo da moda, o que considerou gratificante.
Cláudio Júnior, outro artista presente na exposição, destacou que trouxe uma proposta que reflete a cultura Cokwe. “O desenho representa a cultura angolana e é composto por palhas, conhecido como mateba”, concluiu.
