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Surto De Cólera Nas Províncias De Luanda, Bengo e Icolo: País Regista Um Total De 119 Casos Positivos

Por Redação Zango

Os números de casos de cólera notificados no país já se estendem às províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo, num total de 119, dos quais 12 resultaram em óbitos.

Os dados do último boletim do Ministério da Saúde, relativos aos dias 9 e 10 de janeiro, indicam que o país registou 24 novos casos, sendo 20 no município de Cacuaco (Luanda), onde se concentram a maior parte dos casos, três no município do Dande (Bengo) e um no município de Catete (Icolo e Bengo).

No total, foram registados 119 casos de cólera, sendo 56 pacientes do sexo masculino e 63 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 2 e os 70 anos.

Por sua vez, a OMS participou numa reunião de alto nível convocada pela Ministra da Saúde no Hospital Geral de Cacuaco, para abordar o surto de cólera. A OMS elogiou as ações do Governo na coordenação eficaz de uma equipa multissectorial, na deteção e resposta ao surto de forma oportuna, incluindo o rápido compartilhamento de informações com todas as autoridades relevantes, em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005).

A reunião de alto nível contou com a presença de representantes de alto escalão, incluindo três ministros de vários ministérios, como os da Educação, Turismo, Energia e Água, Comunicação Social, Ensino Superior, Assuntos Sociais, Agricultura, Ambiente e Administração do Território, bem como o CEO da EPAL, a empresa nacional de água de Angola. Parceiros chave no desenvolvimento da saúde, como a UNICEF e o Banco Mundial, também participaram.

O Ministério da Saúde apresentou um plano de resposta detalhado para enfrentar o surto, delineando estratégias de contenção e mitigação. A OMS expressou preocupação com a alta taxa de letalidade, enfatizando a necessidade de ações imediatas e reforçadas, tanto a nível comunitário como hospitalar, para reduzir as taxas de mortalidade.

Os esforços de preparação nas províncias ainda não afetadas pelo surto foram elogiados, enquanto o desafio global de escassez de vacinas foi destacado. A OMS observou que, com muitos países enfrentando surtos de cólera e com doses limitadas de vacinas disponíveis no stock global gerido pelo Grupo de Coordenação Internacional (ICG), continua empenhada em advogar pela alocação de vacinas para Angola.

A OMS enfatizou a importância de trabalhar com líderes tradicionais para encorajar o uso de soluções de reidratação oral nas comunidades, especialmente para pacientes que se deslocam às unidades de saúde. O fortalecimento da gestão de casos e das intervenções hospitalares foi identificado como uma prioridade imediata. Foi também destacada a necessidade de melhorar a infraestrutura de água e saneamento, incluindo higiene, com a EPAL reconhecida como um ator chave para garantir o acesso a água potável.

Desde o início do surto, a OMS tem fornecido apoio crucial, incluindo assistência em comunicação de risco e envolvimento comunitário (RCCE), vigilância, gestão de casos, logística e documentação.

A OMS reiterou o seu compromisso, juntamente com as Nações Unidas e outros parceiros, em apoiar o Governo para garantir que o surto de cólera seja contido no menor tempo possível.

A reunião foi concluída com uma breve visita de campo ao Hospital Geral de Cacuaco, permitindo aos participantes avaliar as condições e as necessidades imediatas no local.

Vale ressaltar que a cólera é uma infeção do intestino delgado causada pela bactéria Vibrio cholerae. Esta bactéria é capaz de produzir uma toxina que estimula a secreção de grandes quantidades de um líquido rico em sais e minerais, provocando diarreias muito graves.

A cólera é uma forma de diarreia infecciosa aguda que, se não tratada, pode causar a morte em poucas horas.

A doença transmite-se através da ingestão de água, mariscos ou outros alimentos contaminados pelos excrementos de pessoas infetadas. Normalmente, surge em determinadas zonas da Ásia, Médio Oriente, África e América Latina, com surtos a ocorrer principalmente durante os meses de calor. A incidência é mais elevada entre as crianças.

A infeção pode ser causada por outras espécies da bactéria Vibrio. Neste caso, a diarreia costuma ser menos grave do que a da cólera.

Prevenção:

Beber apenas água tratada ou de boa qualidade. Em regiões endémicas, deve-se ferver ou clorar a água antes de consumi-la.

Lavar as mãos com água e sabão antes de comer e preparar alimentos, e após utilizar o banheiro.

Evitar consumir alimentos crus ou mal cozidos, principalmente frutos do mar.

Desinfetar frutas e verduras lavando-as com água tratada e mergulhando-as em solução de hipoclorito de sódio.

Cozinhar ou fritar completamente peixes e frutos do mar.

Evitar consumir alimentos de procedência duvidosa.

Escrito Por
Redação Portal Zango
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