Por: Redação Portal Zango
Supostos militantes islâmicos mataram 40 agricultores em um ataque à comunidade de Dumba, no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, no domingo (12), informou um alto funcionário do estado nesta segunda-feira (13).
Acredita-se que os militantes pertençam ao grupo armado Boko Haram e à sua ramificação, o Estado Islâmico, Província da África Ocidental (ISWAP), que têm travado uma insurgência mortífera no nordeste da Nigéria desde 2009. Essa insurgência já deslocou milhões e matou milhares, com Borno no seu epicentro.
O ataque de domingo ocorre em meio ao agravamento da crise alimentar na região, amplificada pelas enchentes de setembro e por anos de insegurança e deslocamento causados pela insurgência.
Relatórios iniciais indicam que os agricultores se desviaram de um corredor de segurança criado pelos militares e entraram em uma área conhecida pela atividade insurgente, repleta de minas terrestres, disse Usman Tar, comissário de informação.
As forças de segurança estavam à procura de agricultores que tivessem escapado do ataque.
Em comunicado, o governador de Borno, Babagana Zulum, condenou a ação e apelou aos militares para que “rastreassem e lidassem de forma decisiva com os perpetradores”.
Ele afirmou que o ataque será investigado e pediu aos agricultores e pescadores da região que operem dentro dos corredores seguros demarcados pelos militares.
O Boko Haram e o ISWAP intensificaram os ataques em Borno desde a virada do ano, incluindo uma emboscada fracassada a uma patrulha militar na semana passada, que resultou na morte de 34 militantes. Seis soldados foram mortos em combate.
Vale destacar que o Boko Haram está envolvido em lutas intestinas pelo controlo da região de
Dumba e do território do Lago Chade desde que entrou abertamente em rota de colisão com o ISWAP em 2016, devido a diferenças ideológicas, que culminaram no assassinato do líder do
Boko Haram, Abubakar Shekau, durante confrontos na floresta de Sambisa em maio de 2021.
De acordo com dados oficiais, a violência jihadista causou mais de 40 mil mortos e cerca de dois milhões de deslocados no nordeste da Nigéria desde 2009.