O escritor angolano Boaventura Cardoso, vai partilhar a sua experiência no mundo da literatura, em três das universidades da Itália.
A presença do autor está incluída no âmbito do projecto “Etumudietu” que vai marcar a agenda de actividades culturais no primeiro semestre de 2025, da Associação Cultural de Angola na Itália, revelou, ontem Matias Mesquita, presidente da associação.
Esta iniciativa tem como objectivo divulgar a literatura angolana e estabelecer o intercâmbio académico entre Angola e Itália.
Segundo Matias Mesquita o projecto “Etumudietu” reforça a importância da literatura angolana como ferramenta de preservação da memória e identidade nacional.
Os encontros serão realizados em três universidades italianas, com a presença de especialistas em literaturas lusófonas, proporcionando aos estudantes uma oportunidade única de dialogar com um dos maiores expoentes da literatura angolana.
De acordo com o calendário das actividades, a primeira actividade acontece no dia 27 de Fevereiro na Universidade do Estado de Milão, onde Boaventura Cardoso interagirá com Vincenzo Rosso, professor associado de Literatura Portuguesa, Brasileira e Africana de Língua Portuguesa.
Na sequência a conferência confirmada está marcada para o dia 10 de Março na Universidade de Roma com a moderação Giorgio de Marchis, director da Cátedra Agostinho Neto e professor ordinário de Literatura Portuguesa e Brasileira.
Por último a prelecção da programação oficial acontecerá a 11 de Março na Universidade do Estado de Roma, com a Barbara Gori, professora de Literatura Portuguesa, Brasileira e de Expressão Lusófona.
Boaventura Cardoso é licenciado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino (Angelicum), Itália, é escritor e diplomata de carreira, tendo sido secretário de Estado da cultura, ministro da cultura, ministro da Informação, governador da Província de Malanje e Embaixador em França, Itália, Malta e junto aos organismos das Nações Unidas em representação do Governo de Angola.
Membro-fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA) e da Academia Angolana de Letras, da qual foi o primeiro presidente. É autor dos livros de contos Dizanga dia Muenhu (1977), O Fogo da Fala (1980) e A Morte do Velho Kipacaça (1987) e dos romances, O Signo do Fogo (1992), Maio, Mês de Maria (1997), Mãe, Materno Mar (2001) e foi agraciado com o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Literatura, com a obra, Noites de Vigília (2012).