A Organização das Nações Unidas apoia a agenda de Angola na qualidade de presidente da União Africana (UA), no período entre Fevereiro de 2025 e Fevereiro de 2026, afirmou, ontem, em Adis Abeba, Etiópia, o representante especial do Secretário-Geral da ONU e chefe do Escritório das Nações Unidas junto da União Africana, Parfait Onanga-Anyanga.
O posicionamento do diplomata gabonês foi apresentado durante um encontro de trabalho com Miguel Bembe o embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da UA e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Miguel Bembe, realizado nas instalações da Missão Diplomática de Angola na capital etíope.
Segundo uma nota de imprensa , as duas entidades passaram em revista os resultados da 38ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que teve lugar em Adis Abeba, nos dias 14 e 15 de Fevereiro deste ano, na sede da organização continental.
Por sua vez, Parfait Onanga-Anyanga felicitou o Estadista angolano, João Lourenço, como presidente em exercício da União Africana, referindo que as Nações Unidas estão confortáveis com a liderança angolana aos destinos do continente para os próximos 12 meses.
Na ocasião, Onanga-Anyanga aproveitou para manifestar a preocupação da ONU em relação ao processo de mediação de Angola para o conflito que apõe a RDC e o Rwanda, na região Leste daquele país, igualmente como os novos desenvolvimentos da situação no Sudão, Sudão do Sul, Somália e em Gaza.
Por seu turno, Miguel Bembe reafirmou que durante o seu mandato, Angola continuará a dedicar maior atenção aos desafios da paz, segurança e boa governação em África, assim como os de desenvolvimento económico e social dos Estados-membros, incluindo a aceleração das infra-estruturas críticas e da industrialização, que requer recursos financeiros e capital humano especializado.
O embaixador angolano ressaltou, igualmente, a necessidade de criar uma nova dinâmica que implica a reorganização dos trabalhos entre a Comissão da União Africana (CUA) e o Comité dos Representantes Permanentes (CRP), incluindo a racionalização dos recursos e de tempo, para diminuir o nível de desperdícios, bem como a implementação das decisões da Conferência e do Conselho Executivo, com destaque para a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e o programa Silenciar as Armas até 2030.
Segundo Jornal de Angola, Miguel Bembe reiterou que a República de Angola e o Chefe de Estado, João Lourenço, na qualidade de presidente rotativo da UA para o ano de 2025 e de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, estão “perfeitamente” conscientes das responsabilidades nos planos continental e internacional, quanto aos processos de mediação e facilitação, em curso, que visam promover e restaurar a paz e estabilidade em várias regiões de África, em especial, no leste da RDC.
Angola assumiu, a 15 de Fevereiro, a presidência rotativa da União Africana e prometeu trabalhar ao serviço da paz e segurança no continente.
João Lourenço abordou, na ocasião, o tema das reparações e a importância do investimento estrangeiro no continente, alertando que os “imensos problemas” ligados à paz e segurança em África “constituem um factor de bloqueio ao desenvolvimento do continente”.
Perante um cenário de vários conflitos regionais, com o Sudão e a República Democrática do Congo (RDC) no topo das preocupações, o Presidente da República assegurou igualmente trabalhar para encontrar soluções para a paz.
No acto, o líder angolano referiu, ainda, que é também objectivo central implementar políticas económicas e sociais que abram portas para o progresso africano.