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Angola Anuncia que vai se Retirar da Mediação do Conflito entre o Congo e o Rwanda

Em comunicado, a Presidência da República de Angola informa que João Lourenço afasta-se da mediação do conflito e estará focado em questões ligadas à paz e segurança do continente no seu todo, às infra-estruturas, ao comercio livre continental, à luta contra as epidemias, endemias e pandemias, ao desenvolvimento económico e social e à justiça aos africanos e afro-descendentes através de reparações.

No comunicado publico hoje, Angola assegura que “com a Comissão da União Africana, serão dados nos próximos dias os passos necessários para se encontrar o país cujo Chefe de Estado, coadjuvado pela SADC, a Comunidade da África do Leste e os facilitadores, deverá assumir a mediação do conflito entre a RDC e o Rwanda”.

Desde que a União Africana incumbiu ao Presidente João Lourenço a responsabilidade de mediar o conflito entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, que Angola se empenhou com toda a seriedade, energia e recursos, com vista a se alcançar a paz definitiva no leste da RDC e se normalizarem as relações entre os dois países vizinhos, lê-se ainda no comunicado.

O comunicado refere ainda que, “Angola sempre acreditou na necessidade de, paralelamente, haver também negociações directas entre o Governo da RDC e o M23, tendo trabalhado para tal e conseguido o consentimento de ambos para que a primeira ronda tivesse lugar em Luanda aos 18 de Março do corrente ano, acção abortada in extremis por um conjunto de factores, entre eles alguns externos e estranhos ao processo africano que decorria”.

A situação volátil na República Democrática do Congo tem uma longa história. O leste deste país possui vastos recursos naturais, incluindo metais e minerais como ouro, estanho e coltan, essenciais para a produção de telemóveis e baterias para veículos elétricos.

Esses recursos têm alimentado um ciclo de corrupção e violência, com grupos armados, milícias locais e actores estrangeiros a disputarem o controlo do território.

A RDC tem sido assolada por conflitos há mais de 30 anos, desde o genocídio ruandês de 1994.No centro da crise actual está o ressurgimento do grupo rebelde M23, liderado por membros da etnia tutsi.

O grupo armado rapidamente ganhou força em 2012 e tomou a cidade de Goma, mas foi expulso pelo exército congolês e pelas forças da ONU em 2013.

O M23 pegou novamente em armas em 2021, alegando proteger a população tutsi no leste do Congo contra discriminação e violência.

As autoridades ruandesas negam seu envolvimento no conflito e que apoiam os rebeldes do M23, mas, desde 2012, especialistas da ONU e organizações de direitos humanos afirmam categoricamente que o Ruanda fornece apoio ao M23, incluindo logística, armamento e até pessoal militar.

Escrito Por
Redação Portal Zango
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