Uma forte presença de segurança em várias cidades do Zimbábue impediu a realização de um protesto nacional na segunda-feira, convocado para pressionar o Presidente Emmerson Mnangagwa a renunciar.
A maioria dos cidadãos, temendo a agitação, optou por ficar em casa, resultando no encerramento de empresas, escritórios e escolas nas principais cidades, como Harare e Bulawayo.
Veteranos da guerra de independência lideraram a convocatória da manifestação, protestando contra os planos do partido no poder, ZANU-PF, de estender o governo de Mnangagwa até 2030.
Em Janeiro, o partido expressou o desejo de que Mnangagwa permanecesse no cargo por mais dois anos além do seu segundo e último mandato, que termina em 2028.
Mnangagwa chegou ao poder em 2017, após a deposição do seu mentor e presidente de longa data, Robert Mugabe, num golpe de Estado.
Actualmente, cumpre o seu segundo e último mandato como presidente, conforme estipulado pela Constituição do Zimbábue de 2013, que limita os presidentes a dois mandatos de cinco anos.
Os veteranos, outrora apoiantes de Mnangagwa, viraram-se contra ele, acusando-o de corrupção e de pretender perpetuar-se no poder. Liderados por Beato Geza, defendem que o vice-presidente, general reformado Constantine Chiwenga, assuma a presidência.

Chiwenga não comentou publicamente os apelos para substituir Mnangagwa, e as autoridades governamentais negam qualquer divergência entre os dois.
A polícia em Harare descreveu a situação no país na segunda-feira como “pacífica” e incentivou as pessoas a prosseguirem com as suas actividades diárias.
No entanto, vídeos partilhados nas redes sociais mostraram forças de segurança a usar gás lacrimogéneo para dispersar um pequeno grupo de manifestantes em Harare, que gritavam “Rejeitamos 2030”.
Mnangagwa e a sua administração enfrentam inúmeras alegações de corrupção e má gestão, enquanto o país luta contra uma profunda crise económica.
O presidente negou repetidamente as acusações de corrupção e as alegações de que pretende prolongar a sua presidência, mas muitos permanecem céticos quanto à sua intenção de renunciar em 2028.