Cerca de 79,6 por cento das pessoas trabalham no sector informal, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revela, igualmente, que a taxa de desemprego em Angola diminuiu 1,4 pontos percentuais, para 30,4 por cento, no último trimestre de 2024.
O Inquérito do Emprego em Angola, avança que nos últimos três meses do ano passado, a população com emprego informal foi estimada em pouco mais de dez milhões (79,6%), principalmente mulheres (88,4%) e maioritariamente na área rural (91,6%) comparando à área urbana (71,4%).
As estatísticas revelam que, no período em análise, 5,5 milhões de pessoas, com 15 ou mais anos de idade, estavam desempregadas, estimando-se uma taxa de desemprego em 30,4 por cento, sendo mais elevada para as mulheres 32,3 por cento, comparando com os homens 28,4 por cento, representando uma diferença de 3,9 pontos percentuais.
A análise dá conta ainda que a taxa de desemprego foi mais alta nas zonas urbanas (35,8%) que nas áreas rurais (20,7%).
Dados comparativos da taxa de desemprego dos últimos três meses de 2024 a igual período de 2023, mostram que a população desempregada aumentou 0,7 por cento, em relação ao trimestre homólogo.

A população empregada, com 15 ou mais anos de idade, foi estimada em 12,5 milhões de pessoas, das quais 6,2 milhões homens e 6,3 milhões mulheres, com uma taxa de emprego estimada em 62,8 por cento, de modo superior na área rural.
“No quarto trimestre de 2024, no universo da população em idade activa (pessoas com 15 ou mais anos de idade), 12 milhões 582 mil 279 pessoas, declararam que trabalharam no período de referência, num trabalho por conta de outrem, conta própria ou trabalharam num negócio familiar.
Enquanto cinco milhões 501 mil 153 pessoas, não tinham trabalho remunerado nem qualquer outro e “estavam disponíveis para trabalhar no período de referência, ou nos 15 dias seguintes”, resume o inquérito.
Apesar da ligeira melhoria dos indicadores globais, o Governo angolano enfrenta ainda o enorme desafio de formalizar o mercado de trabalho e criar empregos sustentáveis, sobretudo para as camadas jovens e para as mulheres em zonas rurais, que continuam a representar a maioria dos trabalhadores informais.
O INE considera que os resultados agora divulgados reflectem um ligeiro progresso na recuperação económica e no reforço de políticas de inclusão laboral, mas alerta para a necessidade de investimentos contínuos na diversificação económica e na qualificação profissional da população.