A petrolífera norte-americana Chevron, com mais de 30 anos de operação no offshore angolano, procura alienar os Blocos 14 e 14T, cuja produção está em declínio.
A empresa já terá encarregado o ScotiaBank de encontrar um comprador para as suas licenças (31% no Bloco 14 e 15,5% no Bloco 14T).
Segundo informações avançadas pelo Africa Intelligence, a Chevron terá incumbido o Banco de Investimentos ScotiaBank de encontrar, com a maior brevidade possível, um comprador para as suas licenças nos referidos blocos.
O Bloco 14, apesar do declínio, produz cerca de 56 mil barris de crude por dia e detém reservas estimadas em 114 milhões de barris. A Trident Energy, que recentemente adquiriu activos da Chevron no Congo, poderá ser um dos interessados.

Outras empresas especializadas em campos maduros, como a Perenco e a Maurel & Prom, também poderão considerar a aquisição.
Apesar desta movimentação, a Chevron mantém o seu envolvimento em Angola, onde opera desde 1954, tendo adquirido novos blocos em águas profundas (49 e 50) em 2023 e continuando a operar o Bloco 0, além da sua participação no Angola LNG.
A Chevron não é a única a reavaliar a sua presença na Bacia do Congo. A Azule Energy (uma joint venture da ENI/BP) também procura vender a sua participação de 20 por cento no Bloco 14, com a Artemis Energy a mostrar interesse.
Esta tendência reflecte uma mudança de foco das grandes petrolíferas para águas ultra profundas ou outras bacias, tornando a Bacia do Congo um destino para empresas de médio porte.
Em 2022, a TotalEnergies e a Inpex venderam a sua participação no Bloco 14 para a Etu Energias, que curiosamente também poderá vender a sua participação neste bloco.

Em suma, a Bacia do Congo assiste a uma reconfiguração da presença das grandes petrolíferas, abrindo espaço para novos operadores num mercado em evolução.