Redação Portal ZangoA África registou uma redução de 93 por cento nos casos de poliomielite entre 2023 e 2024, com a incidência do poliovírus selvagem a cair drasticamente em 2023, de 12 casos para apenas quatro casos em 2024 em dois países endémicos.
Esta redução é o resultado de uma resposta rápida a surtos e de uma vigilância reforçada, que permitiram travar a transmissão do poliovírus selvagem na região, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os dados constam da mensagem do director regional interino da Organização Mundial da Saúde para África, Chikwe Ihekweazu, por ocasião da Semana Africana de Vacinação, que se assinala de 24 a 30 deste mês.
Segundo o documento, enviado ao Jornal de Angola, este declínio regista progressos notáveis na luta contra a poliomielite derivada da vacina.
“Este decréscimo mostra que a erradicação está ao nosso alcance se mantivermos o ritmo, especialmente em áreas de alto risco como a Bacia do Lago Chade e o Corno de África”, declarou o director regional interino da Organização Mundial da Saúde para África.
Calcula-se que as vacinas tenham resgatado 154 milhões de vidas, nos últimos 50 anos, reduzindo a mortalidade infantil em 40 por cento e protegendo as pessoas de mais de 30 doenças mortais.
Em 2024, a comunidade mundial celebrou os 50 anos do Programa Alargado de Vacinação.
Lembrando que desde 1988, a incidência do poliovírus selvagem foi reduzida em mais de 99 por cento, de mais de 350 000 casos anuais em mais de 125 países endémicos, para quatro casos em 2024 em dois países endémicos (Paquistão e Afeganistão). Em 2023, apenas 12 casos de PVS1 foram detectados a nível mundial.
Porém, segundo o documento, apesar dos avanços, há ainda um número considerável de pessoas que continuam a não ter acesso a vacinas essenciais.
Uma em cada cinco crianças em África continua a não ser vacinada.
“Só em 2023, 6,7 milhões é o número de crianças que não receberam qualquer dose de vacina. São chamadas as crianças “zero dose”. Os surtos de sarampo persistem, enquanto o poliovírus derivado da vacina permanece uma ameaça”, pode ler-se.
A Semana Africana de Vacinação, este ano, vai decorrer sob o tema “A vacinação para todos é humanamente possível”.
Este ano marca também o ponto de avaliação intercalar da Agenda de Vacinação 2030 (IA2030), um compromisso mundial para alcançar um acesso equitativo às vacinas até 2030.
“Chegou o momento de acelerar os progressos, alargar a cobertura vacinal e colmatar as lacunas em matéria de vacinação”, conclui o comunicado.
A redução dos casos de poliomielite na África é uma conquista importante para a saúde pública na região, e um sinal de que a erradicação da doença está cada vez mais próxima.
A resposta rápida a surtos e a vigilância reforçada, aliadas às campanhas de vacinação, são exemplos de como a colaboração e a determinação podem ser fundamentais para combater doenças como a poliomielite.
