Angola e a canadiana Recon Africa firmaram acordo para explorar petróleo na bacia do Okavango, cobrindo 5,2 milhões de acres no sul do país. A operadora terá exclusividade por 24 meses.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) de Angola assinou um memorando de entendimento com a canadiana ReconAfrica para exploração de hidrocarbonetos numa área de 5,2 milhões de acres da bacia Etosha-Okavango.
O acordo assinado na semana passada representa uma entrada estratégica da empresa canadiana em Angola e complementa as operações que a Reconnaissance Energy Africa (ReconAfrica) tem em curso na região do Okavango, no deserto do Kalahari, onde detém licenças de exploração petrolífera no Botswana e na Namíbia, onde explora já 6,3 milhões de acres.

A Recon África terá uma participação de 80 por cento na área do memorando de entendimento, no ‘onshore’ da bacia do Etosha-Okavango, localizada no sudoeste angolano, e a Sonangol com uma participação de 20 por cento, sendo atribuídos à empresa canadiana direitos exclusivos por um período de 24 meses.
No memorando estabelecem-se os termos para a realização de estudos geológicos, levantamento sísmico 2D, análises geoquímicas e recolha de amostras, operações que serão integralmente custeadas pela empresa canadiana, sendo o plano de desenvolvimento dividido em duas fases, a primeira de actividades técnicas e levantamento de dados e a segunda de aprofundamento das análises, lê-se na página da ANPG.
As bacias interiores de Angola representam uma área de aproximadamente 520 mil quilómetros quadrados, sendo a Bacia do Etosha-Okavango responsável por cerca de 300 mil quilómetros quadrados.
O Etosha-Okavango comporta as províncias do Cunene, Cuando, Cubango, Moxico e Moxico Leste e uma parte de área protegida.
Segundo o presidente da ANPG, Paulino Jerónimo, o objectivo é alavancar o desenvolvimento local através da indústria petrolífera.
“Vamos continuar a procurar outros investidores. Vamos fazer o nosso trabalho interno para promover o investimento e todas as actividades de exploração serão conduzidas com total respeito pelas normas ambientais nacionais e internacionais, garantindo a preservação dos ecossistemas”, referiu.
O presidente executivo da Recon África, Brian Reinsbourough, afirmou que os modelos geológicos regionais indicam que o Damara Fold Belt (formação rochosa de Damara, no norte da Namívia), conhecido por albergar alguns dos maiores campos de hidrocarbonetos do mundo, estende-se por Angola e salientou a experiência da empresa no ‘Onshore‘ (operações petrolíferas em campos terrestres).
A aposta em Angola reforça a estratégia da empresa de desbloquear novos potenciais de hidrocarbonetos ao longo da Fold Belt de Damara e das bacias de rift em toda a África Austral, continuando a expandir a sua presença na região.