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Gigantes Corporativas Deixam de Exigir Diploma em Novas Contratações

A Deloitte, gigante da consultoria, tem programas específicos para ampliar o acesso de candidatos sem graduação; grandes empresas priorizam experiência e habilidades.

Conseguir um emprego na Deloitte, uma das maiores empresas de consultoria do mundo, agora pode exigir uma coisa a menos no currículo: o diploma universitário.

A companhia criou programas específicos para ampliar o acesso de candidatos sem graduação.

Embora ainda exista preconceito em relação a profissionais sem formação acadêmica — especialmente os que não vieram de universidades renomadas —, outras grandes empresas como Google, Accenture, Walmart e IBM têm repensado esse critério, flexibilizando ou até mesmo abolir a exigência de diploma na seleção de novos talentos.

Habilidades (muitas vezes) valem mais que diplomas

Não exigir um diploma não significa abrir mão de qualificação. Competências técnicas, experiências e habilidades seguem sendo fundamentais. Prova disso é que os empregadores estão a priorizar competências como nunca antes.

Segundo um relatório de 2025 da Upwork, plataforma global que conecta freelancers a empresas, 81 por cento dos executivos afirmam que suas empresas estão a investir em contratações com foco em habilidades, trocando exigências acadêmicas por provas de capacidade prática.

E há um motivo claro para isso: em um mundo em constante transformação, o que mais importa é a capacidade de se adaptar, resolver problemas e executar com agilidade.

Para se destacar como profissional de áreas como marketing, gestão de projectos ou estratégias, um diploma de quatro anos não é mais obrigatório.

Certificações, portfólios e conquistas concretas falam mais alto do que históricos escolares.

Nesse contexto, a mensagem de muitos empregadores hoje é a seguinte: se você tem as habilidades necessárias, pode ser treinado mais rapidamente do que levaria para concluir um curso superior. Isso também amplia as oportunidades de talentos diversos no mercado de trabalho.

Caminhos para quem não tem diploma

A Deloitte oferece oportunidades para pessoas sem diploma universitário por meio de quatro programas voltados a diferentes perfis:

1. Retorno ao trabalho: Para quem deseja reingressar no mercado após um longo período afastado;

2. Foco em habilidades: Para candidatos que estão a iniciar sua trajectória profissional ou que tenham experiência, mas desejam fazer uma transição ou mudança de carreira para uma nova função;

3. Neurodiversidade: Oferece formação e programas de aprendizagem para talentos neurodivergentes, com possibilidade de efectivação;

4. Heróis: Criado para apoiar membros das Forças Armadas dos EUA, cônjuges de militares e veteranos na identificação de carreiras e busca de oportunidades.

A empresa mantém um site com oportunidades voltadas a candidatos sem diploma universitário.

A página é destinada a pessoas que já têm experiência na área de actuação escolhida ou que desejam encontrar oportunidades de aprendizagem disponíveis.

Empresas também eliminam requisito de experiência prévia para contratação.

A Remote, uma plataforma que permite a contratação de talentos globalmente, não exige educação formal em suas práticas de contratação, com excepção do diploma de direito para actuar como advogado.

No ano passado, a empresa anunciou que também iria remover o requisito de “tempo de experiência” das suas vagas.

A justificativa é que o método tradicional de recrutamento e entrevista de potenciais candidatos resulta na eliminação de pessoas extremamente capazes, mas que carecem do requisito específico de possuir um certo número de anos de experiência.

O que substituirá os diplomas?

Se as empresas estão a repensar a necessidade de diplomas para contratação, como ficam as formações tradicionais?

Embora o aprendizado tradicional ainda tenha seu lugar e seja a base da formação de muitos profissionais, a tendência é de ampliação das oportunidades de aprendizado.

Empregos que envolvem trabalho com novas tecnologias exigem que os trabalhadores mantenham suas habilidades actualizadas – já se foi o tempo em que podíamos esperar terminar nossa educação aos 18 ou 21 anos e estar equipados com o conhecimento de que precisamos para uma carreira ao longo da vida.

O aprendizado online e remoto facilita o desenvolvimento de novas habilidades ou a actualização das antigas de uma maneira gerenciável e mais prática.

Isso é parte do motivo pelo qual o mercado de serviços de e-learning deve crescer 15 por cento ao ano até 2025, atingindo um valor de 50 bilhões de dólares.

Além disso, podemos esperar que mais empregadores desenvolvam activamente oportunidades de formação no local de trabalho, à medida que entendem os ganhos de eficiência de aprimorar as habilidades dos trabalhadores existentes, em vez de simplesmente substituí-los por novos e mais bem treinados.

Essa mudança nas exigências das empresas provavelmente levará a uma maior adopção de estratégias de “life long learning”, ou “aprendizagem ao longo da vida”, entre indivíduos e provedores de educação.

Em vez de dispensar a educação de nossos jovens, desenvolveremos estratégias contínuas para manter nossos conhecimentos e habilidades actualizados.

Escrito Por
Redação Portal Zango
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