Redação Portal Zango
O Rwanda apresentou, esta terça-feira (6), um calendário para o processo de paz com a República Democrática do Congo (RDC), acrescentando que o acordo final deverá ser assinado em meados de Junho deste ano, em Washington, Estados Unidos da América.
De acordo com o Jornal de Angola, que cita, a agência de notícias Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda, Olivier Nduhungirehe, sublinhou ainda que não havia acordo sobre o conteúdo do texto, mas que as próximas etapas vão consistir em “consolidar as contribuições das partes num único texto”.
O diplomata adiantou, ainda, que após o acordo sobre o texto, seguir-se-á “a finalização do projecto de acordo de paz pelos ministros dos Negócios Estrangeiros numa reunião que terá lugar em Washington durante a terceira semana de Maio”.
O processo deverá culminar com “a assinatura do acordo em meados de Junho na Casa Branca”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda.
O anúncio surge um dia depois de Nduhungirehe ter declarado que o seu país e a RDC entregaram ao Governo dos EUA dois esboços de um acordo de paz, informação que foi também confirmada pelo enviado especial dos EUA para África, Massad Boulos.
Qual é a origem do conflito no leste da República Democrática do Congo?
A RDC tem sido assolada por conflitos há mais de 30 anos, desde o genocídio rwandês de 1994. A população tem sofrido as consequências. Os confrontos armados já deslocaram internamente mais de 7 milhões de pessoas.
No centro da crise actual está o ressurgimento do grupo rebelde M23, liderado por membros da etnia tutsi. O grupo armado rapidamente ganhou força em 2012 e tomou a cidade de Goma, mas foi expulso pelo exército congolês e pelas forças da ONU em 2013.
O M23 pegou novamente em armas em 2021, alegando proteger a população tutsi no leste do Congo contra discriminação e violência. Actualmente, existem mais de cem grupos armados a operar no leste da RDC. Os rebeldes do M23, apoiados pelo Rwanda, são o grupo com mais poder bélico.
