Milhares de pessoas consideradas ilegais foram expulsas da principal cidade de Goma pelo M23 no sábado, para o Ruanda.
O porta-voz do M23, Willy Ngoma, apresentou 181 indivíduos que alegavam ser cidadãos ruandeses que estavam ilegalmente em Goma.
Por sua vez foram igualmente apresentadas milhares de mulheres e crianças, supostamente familiares dos culpados.
Segundo testemunhas, elas foram transportadas em caminhões e seus documentos, emitidos pelas autoridades congolesas, foram queimados até virarem cinzas. O grupo alegou que os documentos eram falsos.
Segundo o Jornal O País que cita o Africannews, a maioria das famílias é da região de Karenga, localizada em Kivu do Norte, que estava sob o controlo das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR).
Tanto Kigalia quanto o M23 acusam o governo do Congo de apoiar as FDLR, que também cometeu inúmeras atrocidades na região.
Cerca de 360 pessoas foram repatriadas no sábado para Ruanda, de acordo com Eujin Byun, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados [ACNUR].
Durante décadas, o leste do Congo, rico em minerais, foi dilacerado pela violência das forças governamentais e de diferentes grupos armados, incluindo o M23, apoiado pelo Ruanda, cujo ressurgimento intensificou o conflito e piorou uma crise humanitária já aguda.
O M23 surgiu em 2012 após um acordo de paz entre o governo da RDC e um grupo rebelde, que mais tarde se transformou no M23.