A arqueologia angolana entra numa nova era com o lançamento de conteúdos tridimensionais e digitais que prometem revolucionar a forma como o património histórico e cultural do país é preservado e divulgado.
A iniciativa, liderada por especialistas do Instituto Nacional do Património Cultural (INPC), em parceria com universidades e centros de investigação internacionais, visa tornar acessíveis ao grande público peças, sítios arqueológicos e artefactos raramente vistos fora dos arquivos e museus.

Trata-se de um projecto pioneiro em Angola que utiliza tecnologia de digitalização em três dimensões (3D) para recriar objectos históricos e ambientes arqueológicos em plataformas digitais, permitindo uma exploração virtual em alta resolução.
Esta inovação facilitará o acesso remoto à história nacional, sobretudo para estudantes, investigadores e entusiastas da cultura, em Angola e na diáspora.
Segundo o director do INPC, Eduardo Malaquias, “a digitalização tridimensional oferece uma nova forma de preservar a memória colectiva do nosso povo. Além de proteger os bens patrimoniais contra a deterioração física, promove o seu estudo e a sua divulgação junto de um público mais vasto.”
Entre os primeiros elementos digitalizados encontram-se artefactos da cultura Kwanyama, vestígios do Reino do Kongo e objectos encontrados nas escavações de Mbanza Kongo, cidade classificada como Património Mundial da UNESCO desde 2017.
Os modelos em 3D já estão disponíveis em plataformas educativas e museológicas online, como o portal oficial do INPC e redes académicas especializadas.
O projecto inclui também a produção de visitas virtuais interactivas a museus e sítios arqueológicos, bem como a integração destes conteúdos em aplicações móveis e realidade aumentada.

O objectivo é envolver o público jovem através de uma abordagem mais dinâmica e tecnológica da arqueologia.
Com este passo, Angola posiciona-se entre os países africanos que apostam na digitalização como ferramenta estratégica para a valorização e internacionalização do seu património cultural.