A Debswana Diamond Company, parceria entre o governo do Botsuana e a De Beers, anuncia um corte significativo na sua produção de diamantes.
A decisão deve-se à persistente e acentuada quebra na procura global por estas pedras preciosas, somada à crescente concorrência dos diamantes criados em laboratório.
Para o ano de 2025, a Debswana estabeleceu uma meta de produção de 15 milhões de quilates, o que representa um corte adicional de 16 por cento face à produção de 2024, que já registara uma redução de 27 por cento para 17,93 milhões de quilates. No total, a produção da Debswana terá uma quebra de 39 por cento de 2023 para a meta de 2025, uma descida desde os cerca de 24,6 milhões de quilates. Como consequência imediata, as operações em minas cruciais como Jwaneng e Orapa sofreram suspensões temporárias.
Esta situação tem um impacto profundo na economia do Botsuana, país onde a indústria diamantífera é pilar fundamental, contribuindo com aproximadamente 25 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB), 30 por cento para as receitas governamentais e 75 por cento para os ganhos em moeda estrangeira. As vendas da Debswana ressentiram-se fortemente, com uma diminuição de 46 por cento nas receitas de vendas em 2024, comparado com o ano anterior.

O Botsuana aposta igualmente em novas estratégias de marketing para captar jovens consumidores nos Estados Unidos, utilizando plataformas como o Instagram e o TikTok para promover os diamantes naturais e reforçar a sua distinção dos diamantes cultivados em laboratório.
A ministra das Minas do Botsuana, Bogolo Kenewendo, sublinha a importância de contrariar a narrativa dos produtos sintéticos. Há também um esforço para incentivar o processamento local dos diamantes, com o polimento e corte a ocorrerem no próprio país, em vez da exportação das pedras em bruto, numa tentativa de agregar valor e diversificar a economia.
A situação actual evidencia a necessidade do Botsuana de se adaptar às mudanças nas condições do mercado global de diamantes e de prosseguir os seus esforços para diversificar a sua economia, mesmo com a alta dependência do sector diamantífero.