O crescimento económico de Angola permanece “frágil em meio a múltiplos choques e à crescente incerteza global”, segundo o mais recente relatório do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), apesar da instituição reconhecer uma melhoria no desempenho económico do país em 2024.
A análise, contida nas “Perspectivas da Economia Africana para 2025”, coloca Angola entre os dez países africanos que registaram um aumento de crescimento superior a um por cento de 2023 para 2024, assinalando uma ligeira recuperação.
No entanto, esta modesta melhoria foi “ofuscada por pressões inflacionárias persistentes, depreciação cambial e altos custos da dívida”, conforme detalha o BAD no seu relatório. Esta sublinha os desafios macroeconómicos que continuam a afectar a nação lusófona, apesar dos esforços governamentais para diversificar a sua economia.
Os principais factores que contribuem para esta fragilidade incluem a volatilidade dos preços do petróleo, que ainda exercem uma influência desproporcional sobre as receitas do Estado, bem como desafios estruturais internos. Entre estes, destacam-se a burocracia, a necessidade de melhorias no ambiente de negócios para atrair investimento estrangeiro directo, e a urgência de fortalecer as instituições.
O BAD, no seu relatório mais recente sobre o país, recomenda a implementação de políticas que estimulem o investimento privado em sectores não petrolíferos, como a agricultura, o turismo e a indústria transformadora. A aposta na melhoria das infra-estruturas e na capacitação do capital humano são igualmente apontadas como cruciais para alavancar um crescimento mais inclusivo e sustentável.
O alerta do BAD serve como um lembrete premente de que, apesar dos progressos assinalados, o caminho para uma economia angolana robusta e resiliente está ainda longe de ser concluído, exigindo uma atenção contínua e concertada por parte de todas as partes interessadas.