A Comissão Europeia anunciou a inclusão de Angola na sua lista de países de alto risco, devido a deficiências estratégicas nos seus regimes de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.
A decisão, que afecta as relações financeiras com o bloco europeu, sublinha a necessidade de Angola intensificar os seus esforços para fortalecer a integridade do seu sistema financeiro.
A actualização da lista, que deverá entrar em vigor após o escrutínio e a não objecção do Parlamento e do Conselho Europeus, implica que as instituições financeiras na União Europeia serão obrigadas a aplicar medidas reforçadas de diligência ao lidar com transações envolvendo indivíduos ou entidades de Angola.
Isso inclui verificações de identidade mais rigorosas, um monitoramento mais próximo das transações e um maior escrutínio nas relações comerciais.

De acordo com a Comissão Europeia, a inclusão de Angola reflecte nas preocupações persistentes com a falta de transparência nos regimes de beneficiários finais, a fragilidade dos mecanismos de supervisão financeira e a aplicação insuficiente das leis contra crimes financeiros, bem como riscos sistémicos de corrupção.
A decisão alinha-se com as avaliações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), do qual Angola já faz parte da “lista cinzenta” devido a deficiências semelhantes.
Para Angola, esta medida representa um revés significativo. Economistas e analistas alertam para o impacto negativo que esta classificação pode ter na atração de investimento estrangeiro directo, no custo do financiamento para o país e para as empresas angolanas, e na agilização das transações transfronteiriças.
Embora Angola tenha demonstrado progressos em algumas áreas, a UE considera que os avanços não foram suficientes para corrigir as vulnerabilidades críticas.
Juntamente com Angola, outros nove países foram adicionados à lista de alto risco, incluindo Quénia, Namíbia, Costa do Marfim, entre outros. Por outro lado, jurisdições como Barbados, Gibraltar e os Emirados Árabes Unidos foram removidas da lista, em reconhecimento aos avanços significativos alcançados na melhoria dos seus quadros de combate à criminalidade financeira.
As autoridades angolanas têm agora o desafio de acelerar a implementação das reformas necessárias e cooperar estreitamente com as instituições internacionais para demonstrar um compromisso robusto e eficaz no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, com o objectivo de ser removida desta lista o mais rapidamente possível.