O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), principal partido da oposição, Adalberto Costa Júnior, foi o convidado da III edição das conversas Economia 100 Makas, dirigidas pelo jornalista Carlos Rosado de Carvalho, abordou entre outros assuntos as alternativas económicas do seu partido para o país.
O mentor do projecto, Carclos Rosado de Carvalho questionou o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior sobre a revisão da Constituição e se teria sido abordado nesse sentido.
“Vou dizer que isso já aconteceu, infelizmente. As abordagens têm-se feito, infelizmente, com emissários, vários, e, felizmente, para quem aqui se encontra, nunca houve e não haverá possibilidade”, reforçou.
A Constituição angolana prevê apenas dois mandatos presidenciais, cada um com a duração de cinco anos, estando o actual Presidente da República, João Lourenço a cumprir o seu segundo mandato.
Costa Júnior disse ter sido contactado, mas não directamente nas audiências com o Presidente e sim através de emissários mandatados, cujos contactos foram posteriormente negados.

Insistiu que está, para já, indisponível para uma revisão da Constituição que “não vai servir Angola”, apontando a experiência passada em que uma mexida na Constituição levou à anulação de mandatos.
Sobre a revisão constitucional, o político disse que as propostas em debate na Assembleia Nacional de alteração de uma série de leis são “não democráticas” e que pelo facto de ainda não ter conseguido rever a Constituição, o regime vai tentado por outras vias a manutenção do poder, por exemplo através a legalização permanente de novos partidos.
Antes da conversa, o líder da UNITA fez uma longa apresentação de hora e meia dando conta da visão do seu partido sobre Angola, apontando números e indicadores. Apresentou ainda as propostas da UNITA na área económica, na educação, entre outras.
Na visão da UNITA, salientou, não se trata de trocar de partidos e sim “mudar o sistema”, dizendo que quer quebrar o ciclo do partido-Estado, instituições fortes com justiça e imprensa livres, salário mínimo justo, emprego jovem e combate à fome.
No entanto, a Presidência emitiu esta terça-feira um comunicado a acusar o líder da UNITA de fazer “insinuações falsas”, ao afirmar que foi contactado por “mandatários” ou “emissários” do Chefe de Estado que tentaram suborná-lo para que fosse feita uma revisão da Constituição da República de Angola (CRA), com o objectivo de garantir um terceiro mandato.

