O escritor angolano, José Eduardo Agualusa, foi recentemente distinguido com o prémio Literário “Manuel de Boaventura 2025”, da cidade portuguesa de Esponde.
A decisão unânime do Júri atribuiu o prémio ao romance “Mestre dos Batuques”, do escritor angolano.
O júri destacou maturidade da obra literária, na qual sobressai um “apuradíssimo virtuosismo expressivo e estilístico ao serviço de um imaginário original e suficientemente instigante para problematizar questões fundamentais especialmente as relações da história com a ficção sob pano de fundo do processo não apenas colonial português”.
O júri destacou igualmente a riqueza intertextual do romance, reveladora da sua invulgar densidade literária.
Os romances do escritor têm sido distinguidos com os mais prestigiados prémios nacionais e internacionais, como, por exemplo, o Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído à “Nação Crioula”, 1998); também os seus contos e livros infantis foram merecedores de prémios, como o Grande Prémio de Conto da APE e o Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respectivamente.
“O Vendedor de Passados” ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente, o romance “Teoria Geral do Esquecimento” foi finalista do Man Booker International, em 2016, e vencedor do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.
Integram o júri do Prémio Literário “Manuel de Boaventura 2025” Sérgio Guimarães de Sousa, da Universidade do Minho, na qualidade de presidente, Fernando Alexandre Pereira Lopes, do Instituto Politécnico de Viseu, como vogal e Maria Luísa Leite, coordenadora da Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, como vogal e representante do município de Esposende.
O júri expressou satisfação pelo número elevado de obras (201) a concurso, provenientes dos diversos países de língua oficial portuguesa, o que atesta o interesse e o prestígio do Prémio Literário instituído pela Câmara Municipal de Esposende, com o intuito de homenagear e divulgar esse escritor e homem de cultura, natural de Vila Chã, Esposende.
De periodicidade bienal e com o valor pecuniário de 7 500 euros, contempla a modalidade da criação narrativa de romances ou de contos da autoria de escritores de língua portuguesa. Na primeira edição, em 2017, o prémio foi ganho por Ana Margarida de Carvalho, com a obra “Não se pode morar nos olhos de um gato”, em 2019, foi Filipa Martins, com o livro “Na Memória dos Rouxinóis”, em 2021, Mia Couto com “O Mapeador de Ausências”, e, em 2023, partilharam o prémio Giovana Madalosso e Rui Couceiro.
Por intermédio da promoção deste Prémio Literário, o município presta tributo a um dos seus autores e promove a cultura e a literatura locais, em conformidade com as metas dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU, que o município converteu para o seu plano de acção.
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, a 13 de Dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim.
O escritor, conhecido internacionalmente, explora nas suas obras, temas como identidade, cultura e história de Angola e de África.
Importa salientar que a entrega do prémio a José Eduardo Agualusa vai ocorrer em data a anunciar.