Redação Portal ZangoO presidente de Camarões, Paul Biya, de 92 anos, anunciou que irá se candidatar para um oitavo mandato a frente do país. As eleições presidenciais acontecerão em 12 Outubro deste ano.
Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que tinha “garantir a segurança e o bem-estar dos filhos e filhas do nosso amado país é um dever sagrado ao qual dediquei meu tempo e energia desde que assumi a liderança do Estado”, escreveu o presidente.
Ele agradeceu o apoio e afirmou que, apesar de estar no poder há mais de quatro décadas, “ainda resta muito a ser feito”.
Caso seja eleito novamente, ele terminaria o novo mandato próximo de 100 anos de idade – no país são quatro anos cada mandato. Biya está no cargo desde 1982, quando tinha 49 anos.
O camaronês é apenas o segundo presidente do país, tendo seguido Ahmadou Ahidjo, que renunciou e morreu em 1989.
Apesar da candidatura, Biya sofre críticas recentes por conta de problemas de saúde em decorrência da idade. Sua saúde é alvo de especulações. Em 2024, sumiu durante mais de um mês do público sem maiores explicações, por exemplo.
A candidatura de Biya ocorre num momento em que ele perde apoios importantes, sobretudo em regiões do norte, antes fundamentais em eleições anteriores. Aliados de longa data, como o ex-primeiro-ministro, Bello Bouba Maigari e o ministro Issa Tchiroma Bakary, romperam com o governo e anunciaram que também devem concorrer à presidência.
Além deles, outros nomes da oposição, incluindo Maurice Kamto, Joshua Osih, Akere Muna e Cabral Libii, também confirmaram candidatura, aumentando a pressão pela mudança de poder após quatro décadas consecutivas.
Mesmo assim, dentro do Movimento Democrático Popular dos Camarões e entre apoiadores, há quem defenda sua permanência, alegando que o presidente ainda teria “muito a oferecer” ao país.
Em 2008, Biya aboliu o limite de mandatos presidenciais, permitindo-se concorrer indefinidamente. Ele venceu a eleição de 2018 com mais de 71 por cento dos votos, embora grupos de oposição tenham denunciado irregularidades generalizadas no processo eleitoral, de acordo com a BBC.
A recandidatura, no entanto, já gerou críticas da oposição e de organizações da sociedade civil que argumentam que seu longo governo sufocou o desenvolvimento econômico, democrático e questionam a capacidade física e mental do líder, além de alertarem para os riscos da perpetuação no poder.
