RedacçãoO bairro do Sambizanga, em Luanda, poderá, em breve, acolher a Casa Museu Nagrelha, uma iniciativa que visa preservar e homenagear o legado de Nagrelha dos Lambas, uma das figuras mais carismáticas e influentes do Kuduro angolano.
A proposta foi avançada pela Administradora Municipal do Sambizanga, Betânia Lopes,onde afirmou que o projecto está em fase de avaliação, dependendo ainda da concordância da família do artista. “Já tivemos alguns contactos com a família, que também demonstra vontade de ver o projecto realizado”, referiu a responsável.
Segundo Betânia Lopes, a popularidade que Nagrelha atingiu faz com que ainda hoje desperte a curiosidade de turistas nacionais e estrangeiros, muitos dos quais visitam o bairro à procura do famoso Baião, local onde o artista viveu, querendo conhecer mais sobre a sua história e trajectória.
O projecto que poderá contar com o apoio do Ministério da Cultura e Turismo, do Arquivo Nacional de Angola e da Administração Municipal de Luanda, pretende ir além de um simples memorial. A Casa Museu terá uma vertente educativa e cultural, com espaços dedicados a exposições permanentes sobre a vida de Nagrelha, incluindo objectos pessoais, roupas de palco, troféus, videoclipes e testemunhos de familiares, colegas e amigos.
Estão igualmente previstas actividades formativas para jovens da comunidade, tais como oficinas de dança, música, produção audiovisual e debates sobre cultura urbana, visando transformar o espaço num verdadeiro centro vivo de arte, memória e identidade popular.
Para a viúva do artista, Weza Mendes, trata-se de uma iniciativa profundamente significativa: “O Nagrelha sempre pertenceu ao povo. Ver o seu nome eternizado numa casa onde se celebre a cultura, o bairro e a juventude é um orgulho que ultrapassa a dor da perda”.
Embora ainda em fase inicial, a Casa Museu Nagrelha poderá tornar-se num importante ponto de atracção cultural em Luanda, homenageando um artista que, com autenticidade e irreverência, deu voz aos bairros, às lutas sociais e à juventude angolana.
