Os governos de Mali, Burkina Faso e Níger anunciaram oficialmente a criação do Banco Confederado de Investimento e Desenvolvimento (BCID-AES), uma nova instituição financeira regional destinada a acelerar o crescimento econômico e estrutural da Aliança dos Estados do Sahel (AES).
O anúncio foi feito em Maio, durante uma conferência no Centro Internacional de Conferências de Bamako (CICB), com a presença de autoridades econômicas e representantes dos três países.
O banco foi lançado com um capital inicial de 500 bilhões de francos CFA — cerca de 820 milhões de dólares e terá como missão principal mobilizar recursos para financiar projectos de grande escala em sectores estratégicos como energia, transporte, agricultura e infra-estrutura.

“Esta iniciativa não é apenas política. É uma resposta concreta e estratégica às necessidades das nossas economias. Nossos estados têm um potencial imenso que precisa ser apoiado por investimentos estruturais”, afirmou o Ministro da Economia e Finanças do Mali, Alousséni Sanou, durante o evento.
A criação do BCID-AES representa mais um passo na consolidação da integração regional entre os três países, que deixaram oficialmente a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no início deste ano.
Desde então, Mali, Burkina Faso e Níger têm intensificado a cooperação por meio da AES, com iniciativas como o lançamento de um passaporte comum, uma emissora de mídia regional, um acordo de livre comércio e a criação de um banco central próprio.
Com o novo banco, os líderes da AES pretendem construir um espaço econômico autônomo, capaz de financiar suas próprias prioridades de desenvolvimento sem depender de instituições externas.
Além da dimensão econômica, a AES também anunciou a formação de uma força militar conjunta composta por cinco mil soldados, com o objectivo de combater o terrorismo e garantir a segurança na região do Sahel, marcada por conflitos armados e instabilidade política.
A criação do BCID-AES é vista como um marco na busca por soberania financeira e desenvolvimento sustentável, num contexto em que os três países enfrentam desafios complexos, mas também compartilham uma visão comum de progresso e integração.