Washington anunciou esta quarta-feira a imposição de novas sanções contra dois juízes e dois procuradores do Tribunal Penal Internacional (TPI), acusados de conduzirem processos contra os Estados Unidos e Israel.
Entre os visados estão, Kimberly Prost, do Canadá, Nicolas Guillou, de França, Nazhat Shameem Khan, das Ilhas Fiji, e Mandiaye Niang, do Senegal, todos apontados por terem autorizado investigações e mandados de captura contra altos dirigentes israelitas e militares norte-americanos.
De acordo com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, os magistrados “participaram directamente nos esforços do TPI para investigar, prender, deter ou processar cidadãos norte-americanos e israelitas, sem o consentimento de qualquer um dos dois países”.
Rubio sublinhou que os Estados Unidos consideram estas iniciativas como uma ameaça directa à sua soberania nacional e à segurança dos seus aliados, acusando o tribunal de agir de forma politizada e ilegítima.

As sanções determinam o congelamento de todos os activos que os visados possam deter em território norte-americano, além de restrições adicionais ao seu acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos.
O chefe da diplomacia recordou ainda que medidas semelhantes já tinham sido aplicadas em Junho contra outros quatro juízes do TPI, igualmente ligados a investigações de alegados crimes de guerra cometidos por tropas norte-americanas no Afeganistão e por responsáveis do Governo israelita.
Os processos em causa têm como alvo principal o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e o antigo ministro da Defesa, Yoav Gallant, ambos acusados pelo TPI de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Guillou é acusado de ter autorizado a emissão dos mandados de captura contra os dirigentes israelitas, enquanto Prost teria dado luz verde às investigações contra o pessoal norte-americano envolvido no conflito afegão.
Nem os Estados Unidos nem Israel são membros do TPI e, por isso, não reconhecem a jurisdição do tribunal sediado em Haia.
A administração norte-americana tem reiterado que continuará a tomar “todas as medidas necessárias” para proteger a sua soberania e a dos seus aliados, mantendo firme oposição ao que considera ser um “excesso judicial” e um “instrumento de instrumentalização da justiça” contra Washington e Telavive.

