RedacçãoNa quarta-feira, 3 de Setembro de 2025, pouco depois das 18 horas, o Ascensor da Glória, conhecido popularmente como Elevador da Glória, descarrilou violentamente no percurso entre o Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, e a Praça dos Restauradores, em Lisboa.
A tragédia ocorreu quando se rompeu um dos cabos de segurança, o que fez com que a carruagem número 1 descesse descontrolada até embater num edifício situado na curva da Calçada da Glória. A carruagem número 2, que se encontrava na estação inferior, deslizou alguns metros mas ficou presa ao gradil, sem chegar a descarrilar totalmente.
O balanço inicial, confirmado pela PSP, apontava para 15 mortos e 18 feridos, cinco deles em estado grave. Durante a madrugada, dois dos feridos mais graves não resistiram, elevando o número total de vítimas mortais para 17, enquanto o número de feridos subiu para 21. Entre as vítimas encontram-se cidadãos de várias nacionalidades, incluindo portugueses, espanhóis, sul-coreanos, cabo-verdianos, italianos, franceses, suíços, canadianos e marroquinos.
Testemunhas relataram que o impacto foi de enorme violência, descrevendo o momento como se a carruagem tivesse batido no prédio “com uma força brutal” e se tivesse despedaçado “como uma caixa de cartão”. Vários populares e turistas que se encontravam na Calçada da Glória assistiram em choque, tendo sido mobilizados de imediato bombeiros, INEM e equipas de emergência.
O Presidente da República, o Primeiro-Ministro e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, expressaram pesar profundo. Moedas declarou que “Lisboa está de luto”. O Governo decretou um dia de luto nacional, a 4 de Setembro, enquanto a Câmara de Lisboa determinou três dias de luto municipal.
O Ministério Público abriu um inquérito e o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários iniciou diligências técnicas para apurar as causas do acidente. Imagens de videovigilância do próprio funicular foram recolhidas para análise.
A última grande intervenção técnica tinha decorrido entre Agosto e Setembro de 2024. Sindicatos de trabalhadores já tinham alertado para deficiências de manutenção e, em 2018, ocorreu um descarrilamento sem vítimas, igualmente relacionado com falhas técnicas.
Na sequência da tragédia, a Carris suspendeu temporariamente não só o funcionamento do Ascensor da Glória, mas também dos ascensores da Bica e do Lavra, bem como do Elevador de Santa Justa, até que sejam concluídas inspecções técnicas aprofundadas.
