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Etiópia Inaugura Maior Barragem do Continente

A Etiópia inaugurou oficialmente a Grande Barragem do Renascimento (GERD, na sigla em inglês), considerada o maior empreendimento hidroelétrico de África, erguido pela construtora italiana Webuild (antiga Salini-Impregilo) no rio Nilo Azul.

A infra-estrutura dispõe de uma capacidade instalada superior a cinco mil megawatts e deverá garantir eletricidade a cerca de 35 milhões de pessoas, além de permitir a exportação do excedente para países vizinhos, reforçando a posição estratégica do país no sector energético regional.

A cerimónia de inauguração, realizada no último fim de semana, foi presidida pelo Primeiro-Ministro etíope, Abiy Ahmed, e contou com a presença de vários chefes de Estado africanos, entre eles os presidentes do Djibuti, Somália, Sudão do Sul e Quénia, bem como representantes da União Africana e das Nações Unidas, noticiou a agência AGI.

No seu discurso, Abiy Ahmed classificou o momento como um marco histórico comparável à vitória de Adwa sobre as tropas coloniais italianas.

“Hoje somos a geração escolhida por Deus para escrever a história. A GERD é o maior megaprojecto da história dos povos negros e simboliza o início de uma nova era de prosperidade para a Etiópia e para o continente africano”, declarou.

O governante salientou ainda que a obra foi financiada quase totalmente com recursos internos, através de contribuições voluntárias, títulos do Tesouro e deduções salariais de funcionários públicos, reforçando a ideia de que se trata de “um projecto do povo para o povo”.

Segundo Pietro Salini, director-geral da Webuild, a barragem “irá triplicar a capacidade de produção elétrica da Etiópia, com uma geração anual estimada em 15 mil 700 GigaWhats,o equivalente a três centrais nucleares”.

O responsável frisou que o projecto só foi possível graças ao empenho de milhares de trabalhadores etíopes: “Mais de 25 mil jovens receberam formação e adquiriram qualificações que serão fundamentais para o futuro do país”.

O reservatório da GERD, com 172 quilómetros de extensão e capacidade para armazenar 74 mil milhões de metros cúbicos de água, é apontado como o maior de África.

Para além da produção energética, espera-se que a barragem impulsione a industrialização, melhore o fornecimento de electricidade em zonas rurais e reforce as trocas comerciais com países vizinhos, como Sudão e Quénia, que poderão importar energia etíope a preços competitivos.

Apesar das tensões diplomáticas regionais relacionadas com o aproveitamento das águas do Nilo, a inauguração da GERD é encarada em Adis Abeba como símbolo de soberania e autossuficiência.

“Este é um triunfo do povo etíope. Muitos duvidaram, mas a determinação de uma nação venceu todas as dificuldades”, concluiu Ahmed.

Com esta megaestrutura, a Etiópia consolida-se como potência energética emergente em África, lançando as bases para uma transformação económica e social que poderá beneficiar milhões de pessoas no país e além-fronteiras.

Escrito Por
Redação Portal Zango
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