O ex-primeiro-ministro do Mali, Moussa Mara, foi condenado nesta segunda-feira, 27, a dois anos de prisão, com pena suspensa, por “prejuízo ao crédito do Estado e oposição à autoridade legítima”, após expressar apoio a presos políticos.
Detido desde a acusação, em Agosto último, após afirmar, nas redes sociais que visitava presos políticos, prometendo-lhes justiça, Mara ouviu a leitura da sentença pelo Polo Nacional de Luta contra a Cibercriminalidade, na capital do Mali, em Bamako.
O antigo chefe do governo do Mali também deve pagar uma multa de 500 mil francos CFA (cerca de 760 euros) e um franco simbólico ao Estado, parte civil no processo.
O Mali é governado por uma junta militar desde que foi palco de dois golpes de Estado em 2020 e 2021.
Os militares tomaram medidas repressivas contra a imprensa e as vozes críticas, e dissolveram os partidos e as organizações de carácter político.
Desde 2012, este país do Sahel enfrenta uma profunda crise de segurança alimentada, em particular, pela violência de grupos afiliados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico (EI), assim como por grupos criminosos comunitários.
O Mali enfrenta também uma grave crise económica.
A junta, liderada pelo general Assimi Goïta, prometeu entregar o poder aos civis até Março de 2024, mas desde então não cumpriu a promessa.
Em Julho, o regime militar concedeu a Goïta um mandato presidencial de cinco anos, renovável “quantas vezes forem necessárias” e sem eleição.

