A União Africana (UA) manifestou, ontem, profunda preocupação com o possível impacto negativo da recente proibição de entrada nos Estados Unidos para cidadãos de alguns países africanos.
A medida, imposta pela administração norte-americana, inclui a vizinha República Democrática do Congo e a Guiné Equatorial, nação que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A organização pan-africana sublinhou que o continente africano e os EUA partilham “interesses mútuos na promoção da paz, da prosperidade e da cooperação mundial”. Nesse sentido, a UA apelou a Washington para adotar uma “abordagem mais consultiva” e iniciar um diálogo construtivo com as nações africanas afectadas pelas restrições.
A União Africana expressou “preocupação com o potencial impacto negativo de tais medidas nas relações interpessoais, nos intercâmbios educativos, nos intercâmbios comerciais e, de forma mais ampla, nas relações diplomáticas cuidadosamente mantidas ao longo de décadas”. Este posicionamento reflecte o temor de que as restrições possam minar laços construídos e mantidos com esforço mútuo.
A administração norte-americana, sob a liderança de Donald Trump, que implementou uma política anti-imigração bastante restritiva, justifica a inclusão desses países na lista por duas razões principais: a ausência de administrações eficazes para garantir o controlo dos viajantes e a tendência de cidadãos de certos países permanecerem nos Estados Unidos, após a expiração dos seus vistos.
Os países afectados pela proibição total são: Afeganistão, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Myanmar, Somália, Sudão e Iémen.
A proibição em questão foi formalizada na quarta-feira, quando o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que veda as viagens para o território norte-americano a partir dos países designados.