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Tribunal da Comarca de Luanda Julga 52 Arguidos Acusados de Vários Crimes

O Tribunal da Comarca de Luanda iniciou esta semana o julgamento de 52 arguidos, entre os quais 50 cidadãos chineses, duas vietnamitas e dois angolanos, acusados de integrarem uma rede internacional de criminalidade organizada.

A acusação apresentada pelo Ministério Público, inclui crimes de pornografia infantil, exploração ilícita de jogos, associação criminosa, branqueamento de capitais, coacção à prática de jogos, retenção de moeda e tráfico de pessoas com fins de exploração laboral.

A investigação teve início em Agosto de 2024, após uma denúncia anónima que levou o Serviço de Investigação Criminal (SIC) a intervir no Hotel Sunshine, no bairro Patriota, município de Talatona. No local, operava ilegalmente a empresa MaluMesso de Jogos Electrónicos, que servia de fachada para actividades ilícitas.

A unidade hoteleira havia sido arrendada por 20 milhões de kwanzas e transformada num centro de operações clandestinas. Segundo a acusação, os arguidos recrutavam jovens do Brasil, China e Europa, prometendo empregos fictícios.

Ao chegarem a Angola, os trabalhadores tinham os seus passaportes e telemóveis confiscados e eram forçados a trabalhar sob coacção.

Os arguidos forçavam-nos para aplicar esquemas fraudulentos através de plataformas de jogos online, vetadas a cidadãos angolanos, com o intuito de dificultar a detecção pelas autoridades locais.

Os principais utilizadores eram brasileiros, com pagamentos realizados via Pix, sistema de transferência instantânea do Banco Central do Brasil. Durante a operação de desmantelamento, foram apreendidos 232 computadores, 229 telemóveis, 40 milhões de kwanzas, mais de 15 mil dólares e diversa documentação.

A rede também contratava influenciadores digitais para atrair vítimas e promover os jogos. Em muitos casos, os jogadores eram ameaçados de morte quando tentavam levantar os prémios ganhos.

Os 50 cidadãos chineses encontram-se em prisão preventiva desde Agosto de 2024 e, segundo o Ministério Público, confessaram os crimes durante os primeiros interrogatórios.

No entanto, recusam-se a identificar outros membros da rede ainda em liberdade. A Embaixada da China em Angola declarou que apoia as autoridades locais e apelou ao respeito pela legislação angolana.

Escrito Por
Redação Portal Zango
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