A Nigéria enfrenta um surto alarmante de febre de Lassa, com mais de 120 mortes registradas, expondo a fragilidade dos esforços de saúde pública e a persistente negligência em relação à higiene ambiental nas áreas rurais mais pobres.
Apesar de anos de campanhas de consciencialização, a realidade no campo continua preocupante, com ratos, os principais transmissores da doença, a encontrarem refúgio e alimento em casas e arredores, facilitando a disseminação do vírus.
O Centro de Controlo de Doenças da Nigéria (NCDC) mobilizou equipas de resposta rápida para os dez estados afectados, mas reconhece que a situação exige uma acção muito mais robusta. O apelo é claro: governos estaduais e o sector privado precisam unir forças para implementar medidas eficazes de controlo e prevenção.
A febre de Lassa, uma doença hemorrágica viral, manifesta-se inicialmente com sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dor de garganta, dores musculares, tosse, náuseas, vómitos e diarreia.
No entanto, a progressão da doença pode levar a complicações graves e potencialmente fatais, incluindo inchaço facial, acumulação de líquido nos pulmões e sangramento pela boca, nariz e outras partes do corpo.
Apesar da gravidade da doença, o tratamento precoce e adequado aumenta significativamente as chances de sobrevivência. Cuidados intensivos de suporte, como reidratação e tratamento sintomático, são cruciais para ajudar os pacientes a superar a infecção.
No entanto, é importante ressaltar que a febre de Lassa pode ser fatal, e a prevenção continua a ser a melhor forma de protecção. Acções urgentes são necessárias para conter o surto e evitar futuras tragédias, incluindo a melhoria da higiene ambiental, o acesso a água potável e saneamento básico, a educação e consciencialização, o fortalecimento dos sistemas de saúde e a colaboração intersectoriais.

A febre de Lassa é um lembrete cruel da importância da higiene ambiental e do acesso à saúde para todos. Somente com um esforço conjunto e acções concretas será possível proteger as comunidades rurais e evitar a propagação desta doença devastadora.
O pico de transmissão da febre de Lassa na Nigéria ocorre geralmente entre Outubro e Maio, o que indica que o país pode estar a enfrentar um período de maior vulnerabilidade.
Os estados de Edo, Ondo e Ebonyi são particularmente afectados devido à alta concentração do roedor que transmite o vírus. O Centro Nacional de Controlo de Doenças (NCDC) mobilizou equipas de resposta rápida para dez estados: Kogi, Plateau, Ondo, Edo, Bauchi, Ebonyi, Taraba, Benue, Gombe e Nasarawa.
Os pacientes são tratados em hospitais designados, incluindo o Hospital Universitário Federal Alex-Ekueme em Abakaliki e o hospital Tafawa Balewa no estado de Bauchi.
O isolamento dos pacientes é crucial para evitar a propagação da doença, especialmente em ambientes hospitalares e a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) presta auxilio no tratamento dos doentes.