O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, anunciou ontem um acordo de cessar-fogo total e imediato entre o Irão e Israel, gerando uma onda de reações mistas e de incerteza.
Segundo uma fonte com conhecimento das negociações, citada pela Reuters, Trump terá comunicado ao emir do Catar que Israel havia concordado com a trégua, solicitando a ajuda do Catar para convencer o Irão a aceitar o pacto.
A Reuters noticiou que o Irão terá inicialmente concordado com a proposta durante uma conversa telefónica que incluiu a participação do primeiro-ministro do Catar. No entanto, horas mais tarde, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, veio negar que um cessar-fogo tivesse sido efectivamente fechado, contradizendo o optimismo inicial.
Segundo Araqchi, o Irão só se comprometerá com um cessar-fogo caso Israel interrompa os seus ataques até às 00h30 de terça-feira, 24 de Junho, pelo horário de Luanda. “Como o Irão deixou claro repetidamente: Israel iniciou a guerra contra o Irão, e não o contrário”, escreveu o chanceler, acrescentando que “a decisão final sobre a cessação das nossas operações militares será tomada mais tarde.”
Araqchi afirmou ainda que o Irão continuou as suas operações até ao último minuto antes das 00h30, agradecendo aos militares iranianos pela defesa do país.
Do lado israelita, a situação mantém-se ambígua. O jornal The New York Times informou que um porta-voz das Forças de Defesa de Israel se recusou a comentar o anúncio feito por Trump. Contudo, uma emissora israelita avançou que o governo de Benjamin Netanyahu terá aceitado o acordo, desde que o Irão não realize novos ataques.
A concretização do cessar-fogo e a paz na região, permanece assim incerta, com as declarações contraditórias a adensarem a complexidade de um cenário já de si volátil.
Os dois países reclamam vitória e o saldo do conflito, que durou cerca de 12 dias, foi de 610 mortos e mais de 4,7 mil feridos do lado iraniano, se contados apenas civis; e 28 vítimas israelenses.