A Rússia fez, na última madrugada, o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da invasão, com um total de 537 lançamentos, incluindo 477 drones e 60 mísseis, informou a força aérea ucraniana.
Destes, 249 foram abatidos e 226 foram perdidos, provavelmente por terem sido eletronicamente bloqueados.
Para além dos drones, a força aérea de Kiev enumerou quatro mísseis Kh-47M2 Kinzhal, sete mísseis balísticos Iskander-M/KN-23, um dos quais foi abatido; 41 mísseis de cruzeiro Kh-101/Iskander-K, dos quais 33 foram abatidos e um desapareceu dos radares; cinco mísseis de cruzeiro Kalibr (quatro abatidos) e três mísseis antiaéreos S-300.

Yuriy Ihnat, chefe de comunicações da força aérea ucraniana, disse à Associated Press que o ataque noturno foi “o ataque aéreo mais maciço” no país, tendo em conta tanto os drones como os vários tipos de mísseis. O ataque teve como alvos regiões de toda a Ucrânia, incluindo a parte ocidentall, longe da linha da frente.
Segundo informações oficiais da Ucrânia, duas pessoas morreram e 12, incluindo duas crianças, ficaram feridas nos ataques. Em Kiev, a população se abrigou em abrigos antibomba e em estações de metro.
Já o exército da Rússia afirma que os ataques atingiram alvos do complexo industrial-militar ucraniano e refinarias de petróleo. Também informou que três drones ucranianos foram interceptados durante a noite.
A nova rodada de ataques coloca em xeque novas negociações de paz na região. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou em uma rede social que “Moscovo não vai parar enquanto tiver capacidade de lançar ataques massivos”. Ele também pediu mais pressão sobre a Rússia, que já é alvo de inúmeras sanções de países europeus e dos EUA.
O governo ucraniano tenta sair de um acordo internacional que proíbe o uso de minas terrestres, alegando que a a Rússia não faz parte desta convenção e tem feito uso do armamento.
Já o presidente Volodymyr Zelensky adiantou que o piloto de um caça F-16 morreu durante a noite, enquanto tentava intercetar o ataque.
O presidente da Ucrânia já ordenou uma investigação a esta morte.