Redação Portal ZangoMais de sete mil pessoas morreram este ano quando os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, capturaram quantidades sem precedentes de território no leste do Congo, rico em minerais.
O primeiro-ministro do Congo, Judith Suminwa Tuluka, avançou nesta segunda-feira 24 de Fevereiro, ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que a situação humanitária e de segurança na região “atingiu níveis alarmantes”.
O conflito se acelerou nas últimas semanas, com os rebeldes tomando a cidade-chave de Goma em Janeiro e Bukavu, outra capital provincial, algumas semanas depois.
O M23 é o mais potente dos cerca de cem grupos armados que disputam uma posição no leste do Congo, que contém trilhões de dólares em riqueza mineral, em sua maioria inexplorada, crucial para a tecnologia mundial.
A ONU por sua vez alertou sobre uma ameaça maior à região, que tem enfrentado décadas de conflitos mortais que deslocou milhões de pessoas.
O M23 falou em destituir o governo do presidente congolês, Félix Tshisekedi na distante Kinshasa, que há muito tempo tem um tênue controle sobre o leste.
Os rebeldes estão a tentar ganhar mais terreno, apesar dos apelos por um cessar-fogo, reforçados por cerca de quatro mil tropas da vizinha República do Ruanda, a uma curta distância de Goma.
Os líderes do M23 prometeram “limpar” as cidades da suposta má governação e insegurança.
Eles agora ameaçam a cidade de Uriva, onde tiroteios foram relatados no fim de semana.
O M23 diz que está lutar para proteger os tutsis e os congoleses étnicos de origem ruandesa da discriminação e quer transformar o Congo de um estado falido para um estado moderno.
Analistas chamaram a essas afirmações de pretextos para o envolvimento de Ruanda.
Testemunhas em Goma afirmaram que o braço de inteligência do M23 está procurando por ex-soldados e criminosos congoleses, mas algumas pessoas foram identificadas erroneamente.
Elas afirmaram que 11 jovens foram mortos no domingo enquanto esperavam por uma aula de levantamento de peso na cidade após serem identificados erroneamente como ladrões.
Por outro lado mais de 200 polícias e soldados se juntaram recentemente ao M23.
Em Lubero, confrontos entre as FARDC e o M23 levaram a saques generalizados, piorando ainda mais a crise de segurança da região.
