O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) tem em carteira um total de 1,5 biliões de dólares para financiar projectos angolanos para os próximos quatro anos, sendo que alguns projectos já foram financiados e aprovados nos últimos 18 meses.
Segundo o Jornal o País o representante do Banco Africano de Desenvolvimento, Pietro Toigo, que falava em Luanda, durante uma conferência sobre as multilaterais e o financiamento ao desenvolvimento, organizado pela E&M e a PWC, o governo angolano e o BAD, seleccionaram áreas específicas viradas para a diversificação da economia do país.
Nomeadamente a agricultura, agro-negócio, infra-estruturas sustentáveis, energia e água, saneamento, corredores logísticos internacionais, desenvolvimento do capital humano, fazem parte das prioridades seleccionadas, entre Angola e o Banco, de acordo com representante.
“Cerca de 20 por cento do financiamento está dirigido para água e saneamento, o sector de agricultura e o restante está no sector do empreendedorismo, ciência e tecnologia e do capital humano”, disse.
O responsável avançou ainda que a taxa de desembolso das dívidas contraídas entre o Banco e Angola ronda os 40 por cento. Considerando a taxa muito alta, uma vez que a maioria dos projectos foram aprovados recentemente.
Para Pietro Toigo, aumentar a capacidade de financiamento das multilaterais, continuar com o processo de consolidação da dívida pública e diminuir o risco macro económico do país, são os caminhos para que Angola crie as condições para um maior financiamento ao sector público.
Mencionou que para o sector privado, o constrangimento maior que o BAD tem registado para os financiamentos, tem que ver com a qualidade dos projectos, tendo lamentado a pouca competência e idoneidade de empresas e jovens promotores de projectos, que procuram pelos financiamentos.
O director da PWC, Pedro Palha, assegurou que a primeira conferência sobre as multilaterais e o financiamento ao desenvolvimento, teve como objectivo juntar os potenciais beneficiários e os financiadores dos projectos, todos na mesma sala para partilhar os objectivos e falar sobre aquilo que mais preocupa os beneficiários e também o que os beneficiários mais desejam com o financiamento disponível.
A conferência contou com dois painéis, sendo o primeiro tema intitulado como a visão dos financiadores, e o segundo com a perspectiva dos beneficiados.
Estiveram presentes representantes do Banco Mundial em Angola e S. Tomé, PNUD, do BAD e de instituições nacionais, como o INAPEM, do representante da ENAPP, INE,INEFOP,IMA.